Roda gigante

Aos nossos pés, o mundo. Do teu lado, eu, segurando a tua mão. Tentando passar a serenidade que eu tanto amo.

Gira, gira, gira o mundo; gira a gigante roda numerada.

Rodam todos os sonhos, agora reais. Rodam as cenas de cinema na chuva; o algodão doce, a maça do amor não rodaram, mas quem liga? Roda, roda, roda gigante. Incessante no seu trabalho de me deixar mais apaixonado.

Não nego. Berro para o vento levar minhas palavras até seus ouvidos, fazê-las repousarem e criarem sementes, e logo ali, virando a esquina, árvores.

Bate aqui, bate ali. Bate, bate, bate-bate.

De volta ao céu, à roda, o vento, sempre ele, batia em nós. Minha mão, pobre mão. Tão apertada, tão querida por meu querido. Conversa em meio aos gritos de medo.

Tudo para. O mundo para. O vento para. A roda para. O nosso mundo vai devagar. Nos convida à calma. Nos chama para o silêncio.

Nosso beijo no céu, com frio na barriga. Declaração verdadeira: amor.

Palavras e palavras. Letra por letras. Memória por memória. Todo tempo, lembro daqueles cinco minutos nossos. Cada linha me faz lembrar de cada palavra dita: Quer segurar na minha mão? Segura mais forte. Eu não vou largar.

Palavras é o que tenho para você nesse momento. Queria dar abraços, até mesmo beijos; segurar tua mão e não soltar por nada, mas não dá. Não dá não porque não quero, quero muito, mas estamos distantes. Mas conectados por aquilo, aquela coisa mágica que une dois.