Testamento

Eu, Vera Neio de tal, nascida e criada na zona sul, sonhadora, trouxa desde sempre mas em pleno gozo das minhas faculdades mentais, livre de qualquer induzimento ou coação, lavro o presente testamento particular, no qual exaro minha última vontade:

A Outra, deixo o que me cabe nas canções. Deixo aquele sorriso dele, aquele de quando quer convencer ao erro como se fosse a ideia mais brilhante do universo. Deixo também a ansiedade de receber notícias e os beijos de despedida com vontade de eternidade. Deixo força pra segurar a barra. Tá contigo.

A Ele, deixo aquelas cartas rasgadas (que elas permeiem sua mente por muito tempo). Que as meia-frases, os trocadilhos e as boas sacadas não te abandonem. Deixo a vontade de deixar sinais, a vontade de ser percebido, de ser diferente. Deixo também um vazio bem particular, o meu.

Aos Demais, deixo o recado de que ainda viverei muito, antes da minha ocasião de morte real. Deixo a certeza que viver de saudade não é solução, não é nem viver.

Suelen Lucena
Enviado por Suelen Lucena em 24/08/2016
Reeditado em 24/08/2016
Código do texto: T5738448
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