CARTAS PARA ELA

Há que agonia. Quando você invadiu a sala. Suas palavras fluíram rápido. Tão doce quanto amargas.

Tentei lhe cortar. Salvar um resquício de tempo. Mas você foi ágil. Como veneno ardendo.

Não pude lhe aplacar. Por que você sugou toda a razão. Só queria te explicar, o que sabia de antemão.

Mas para que me pronunciar. Se suas vogais, é que imperam. Os outros não são nada. Só espias, na fresta.

Isto de admitir. É duro, como rocha. História, imponente. Que me amarga. Me derrota.

Sua varinha de condão. Faz magia, faz bruxaria. Aos meus olhos de menina. Você me encanta. Me arrepia.

Só que de tão burra que sou. Esqueço-me deste fato. Volto a fingir ser sábia e poder lhe ajudar com seus obstáculos. Porém é só questão de tempo. Até soar sua voz. E ouvi-la dizer novamente:

_ Que sou só uma criança. E nada além mais...

PRISCILA AFONSO
Enviado por POESIAS E RARIDADES em 17/11/2016
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