Alguém de olhos negros

Já nem busco mais, onde será que eu me perdi?

E onde você está?

Eu me tranquei e você se libertou.

Onde será que tudo se tornou tão frio?

Fecho os olhos; de olhos abertos não vejo nada, nada além de um sonho distante.

È você homem, mistério... solidão

Alguém de mãos frias as pôs sobre mim.

Senti minha alma sangrando;

A cada lágrima azul que deixei cair de mim.

Feridas antes cicatrizadas, agora expostas e dolorosas.

Alguém de olhos negros, que preferiu não ficar nem partir;

Deixar-me sem seguir, me olhar sem me ver.

Esqueceu-me na minha própria escuridão.

Andei por ruas desconhecidas, vi seus olhos negros se tornarem azuis.

E senti a recusa desse seu modo de ter, estar, ficar...

Disseram-me que seria assim, algo inexistente em você, porém vivo em mim...

Permaneço a cada instante, imune e constante...

Nada devo temer você está sobre minha pele.

Devo apenas saber, porém fora do meu alcance...

Tudo some; você fecha seus olhos e eu abro os meus;

Nada fica imóvel no seu próprio e devido lugar.

O silêncio me incomoda e o medo me condena o que mais te atrapalha???

Nego que sofri juro que não chorei...... E alguém de mãos frias pôs seus negros olhos sobre mim.

E eu me rendi, sem mais nenhuma vírgula, me rendi aos seus negros olhos, que tocaram minha alma fria...

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 31/07/2007
Código do texto: T586771
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