Aos que decidem partir
Impossível compreender sem viver o que o outro vive ou viveu.
Empatia é nobre. Mas, não basta!
Julgamos mal os companheiros que decidiram partir.
Agora é tarde! Seu amor e sua pressa não serviram de âncora.
Nos culpamos – Fomos ausentes?
Amor é liberdade!
Interrogações cortam a carne todo dia.
E a saudade vai se transformando em lembrança fantasiosa.
É preciso ver com clareza e compreensão...
É como ir embora quando a festa está animada.
Todos dançam e riem... Outros, bebem para suportar.
Mas, você quer sair. Voltar pra casa. Está cansado demais.
Nós não passamos de uma casca, um lampejo neste mundo.
Fomos “importantes” para uns. Mas, a Terra continuará girando.
Tudo vai ”bem”, os pensamentos recorrentes já não assombram – são comuns, inofensivos.
Partir também é um jeito de amar.
Seja por uma estrada que vai pra longe, ou um voo pela janela do quinto andar.
Um saco de carne que despenca no abismo do que somos: Nada!
Viva intensamente, mas, saiba a hora de botar o pé na estrada.
Aos que ficam, deixo esses versos secos e poucas lembranças.