Tempos

O acaso sempre foi mais que um caso pra nós dois

Eu sempre preferi deixar tudo como estava

Não liguei mais, nem te procurei

Digamos que tudo não passou de um sonho

E que pra você nem sonho foi

Fui o brinquedo, a criança que você não viu crescer

Você foi o beijo perfeito que hoje me traz repugna a alma

Você foi o abraço mais apertado e que hoje me sufoca

Você nunca foi tudo, mas preferi quando se tornou nada

A vida nos prega muitas peças e numa curva qualquer

Eu soltei sua mão, te perdi...

Confesso que por tempos o fracasso tomou conta de mim

As lágrimas derramavam-se sobre minha face triste

A saudade me visitava a todo instante e eu sumi

Sumi de mim, e de você também;

Me trouxe a esperança de que, quem sabe um dia, talvez...

Apenas me queria não me amava, nunca amou;

E o brinquedo quebrou, a criança cresceu;

A mulher que me tornei beijou outros lábios

Sentiu outros abraços e descobriu a arte de ser feliz

A alegria que demonstrei em meus sorrisos

Chamou a atenção de muita gente, inclusive a sua, eu sei...

Tive a chance de escolher ficar ou seguir,

e eu segui, sem olhar pra trás, encontrei outro alguém...

Preferiu comigo ficar, me amou, me ensinou muita coisa

Só já não sei se sou feliz, a tempos estamos juntos

Ele não acredita que eu possa vir a deixá-lo

E nem eu...

Mas algo acontece... e nem sei explicar

Não encontro a paz, mas finjo que sim

As vezes peço silêncio mil vezes se necessário

E dentro de mim, eu sinto um grito

Ouço passos pela rua, vejo meu reflexo no espelho

Escuto as batidas do meu coração

E percebo que nada mudou dentro de mim

O grito é por você, são seus passos na rua, e sua imagem no espelho não a minha...

As batidas do seu coração...

E pela primeira vez estou sentindo saudade

São instantes de ausência onde volto a ser eu

E quem sabe a estar com você de novo...

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 14/08/2007
Código do texto: T606771
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