Só um pouco mais

Obs: Caso não consiga ler este texto até o final, saberemos qual medo te assola.

Pleno século vinte um, auge da liberdade de expressão, auge da utilização dos meios de propagação informacionais, auge da conexão global e auge da carência humana.

Propagação da ambiguidade entre ambição e ganância, poder e liderança. Fome de esperança, muitas vezes usando a ignorância para forrar o estômago.

Clímax dos sofistas, cada um diz ser seu próprio juiz - se eu faço ou deixo de fazer é problema meu. Fome de quem luta para acabar com outras fomes. Pobreza de espírito é o quesito atual para representar uma pátria mal-amada.

Desalento que desespera os que ainda creem. Seres afamados de alegres, que em cada novo sorriso traz uma indignação. Na televisão, a votação entre afirmar a legislação – justiça para todos – e permanecer com a economia que engrandece uns, diminui outros. Descontentamento geral da maioria, já era de se esperar.

Representantes deles mesmos, que se diziam gente como a gente, hoje, fiéis zeladores do descontentamento da nação.

Brasil, país do futebol, onde o que reina é a bola fora. A corte deveria ter aulas de futebol com os jogadores dos bolsos recheados, talvez acertem pelo menos um gol de 2017 tentativas.

Por isso vos digo, só um pouco mais. Não sejamos cobiçosos ao extremo. Um pouco mais de respeito, não só do que vem de cima, principalmente entre a base da pirâmide. A força que resta é a união.

Um pouco mais de esperança para acreditar que algum dia, eleito pelo povo, um candidato será corajoso o suficiente para ir contra a maré fervorosa.

Um pouco mais de caridade, solidariedade, tolerância, amor - sem intenção de romantizar o caos. Não seja patético a ponto de reclamar da corrupção sendo corrupto. Não perca a razão.

Não tenha medo de encarar a realidade, mesmo com a certeza de que ela vai te abalar. Mantenha os olhos abertos, seja consciente das suas atitudes. Não se dê o direito de julgar o outro. Não se permita calar. Não se revolte contra os seus, não favoreça os patrões. Não devolva com a mesma moeda. Seja só um pouco mais que isso.

Não tenha medo da sua realidade. Desafie-se a melhorá-la.

Natália Fonte Boa
Enviado por Natália Fonte Boa em 05/08/2017
Código do texto: T6075220
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