Despedida

Meu amor, como é difícil não ouvir mais a tua voz, não sentir teu perfume pairando nos cômodos deste lar, pior ainda é sentir o vazio e gelo de nosso leito.

Não sei o que fiz de errado, nem o que deveria ter feito ao certo, só sei que me perdi nas entrelinhas da vida e com isso perdi você.

Hoje, resolvi escrever, transpor meu vazio ao papel e se eu der sorte, isso chegará as tuas mãos; As mãos fortes, que me acariciavam, me tranqüilizavam e despertavam”a mulher maravilha” que existe em mim.

Querido, o amor não é feito só de momentos doces, prazerosos e alegres, Nem sempre o dia permanece ensolarado e nem por isso deixamos de viver.

Você sabe que me roubou a esperança, os sonhos que compartilhei com você; Eu seu(....)que já sou bem crescida, capaz de caminhar sozinha, mas nestas horas me sinto menina, quero um colo em que me sinta segura e amada.

Também sei, que o seu vagão não pertence mais a essa locomotiva e embora eu me perca ou descarrile, você não estará mais aqui.

Estou fazendo minhas malas, rasgando as fotos, limpando minha alma e rabiscando este último lamento, vou começar a vida sem o meu porto seguro.

Em breve terá notícias minha, espero que boas, mas estas não saíram de meus lábios, porque estes estarão ocupados, falando, cantando, emocionando e exaltando a quem precisar de um empurrão como eu estou agora.

Desejo que morra!

Pelo menos dentro mim, pois já tarda a hora de despertar deste pesadelo que se chama solidão.

Meu trem parte agora, não se sabe para onde, porque neste exato momento começo minha viagem de reconstrução.

Conquistar aquela que um dia perdi...minha face!

Cris Vitarelli
Enviado por Cris Vitarelli em 20/08/2007
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