Momentos silenciosos

Ja é madrugada e não sinto sono. Minha cabeça dói e tento fingir que nao estou pensando em você.

Olhos pesados de tantas lagrimas que já derramei... Pura saudade de você, grande ausência de mim.

A solidão veio hoje, fazia tempo que não fazia companhia para minhas escritas. Tento ser forte, tento seguir e sempre volto para o nós.

O nós que nunca fomos e que hoje entendo, nunca poderemos ser... Você me mostrou apenas uma versão sua, e eu me apaixonei rápido demais. Eu nem cheguei a te mostrar as profundezas do oceano que habita meu olhar, pois na superfície você já não quis permanecer.

Por algum tempo eu me deixei magoar, depois cada vez que você tentava mas demorava para a lagrima vir, cada palavra não dita magoava menos e eu fui te deixando, me lembrando e te esquecendo.

Sinto saudade sim, de algo que poderia ter sido, sentido, vivido... Mas não foi.

Diga que você me ama, diga que seu mundo dá muitas voltas e sempre volta pra esse inicio.

Ou façamos assim não diga que você me ama, por que eu sei que não é e nunca foi necessário. É triste mas é a verdade, não ha existência pra nós dois...

Foi ai que tudo ficou cinza, que as cores foram se perdendo e como se não bastasse estarmos andando em calçadas opostas decidimos por caminhos diferentes também. E só então percebi que nunca planejamos andar no mesmo sentido.

Alias não faz sentido algum que a madrugada seja tao longa e que tenhamos, porque eu sei que você também pensa, tantos sentimentos soltos, pesados, jogados ao ar. E eu sem poder respirar.

Tenho vontade de gritar mas o silencio é mais aceitável. Quero sair, caminhar, mas a bebida é mais conveniente... Aceitar é a pior parte e eu achei que já tinha passado.

Madrugada de sentimentos conflitantes e desolantes, é triste mas é a verdade, não há mais espaço para sequer vivermos o nós.

Nathalya Etchebehere
Enviado por Nathalya Etchebehere em 04/03/2018
Código do texto: T6270176
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