II-Uma carta para o amor da minha vida que eu não consegui conquistar.
Faz vinte anos que escrevi sobre ela,confesso que a primeira carta nunca chegou a ler.
Fico me perguntando se ela tivesse lido, as coisas seriam diferentes?
Se eu não tivesse sido tão tímido,introvertido ou mesmo covarde,quem sabe o que poderia ter acontecido,ou não,dizem que tudo acontece por um motivo,ou o que não acontece também.
Depois de duas décadas eu a vi,estava tão diferente ,um pouca mais velha;olha quem fala! Eu também estou.
Eu a reconheci,creio que ela também,mas não nos falamos,apenas olhares foram trocados.
Este sentimento chamado amor é tão estranho,ele é devastador em um tempo,e de repente,se torna respeito,se torna lúdico,se torna único na mente.
A razão predomina,a calmaria é dominante,agora tudo faz sentido,os porquês são respondidos.
A calmaria vem, e tudo isto é respondido por um simples olhar.
Não existe mais dor,não existe mais mágoa,existe apenas o amor.
Um amor diferente,um amor convincente,um amor de respostas,tudo se torna azul,tudo se torna respeito,tudo se torna o que devia ter se tornado.
A vida continua,e continuará tendo vida,amamos e choramos,esperando a atenção.
O coração sofre,no fim ,tudo acaba para começar uma nova paixão,uma nova carta,uma nova mão se oferece para segurar a tua,uma nova sombra te admira e faz companhia.
O amor nunca morrerá,apenas adormece,até que se desperte para um novo olhar.