Violência não é a resposta!

Belém, 04 de Junho de 2007.

Ilmo. Sr. Ten. Cel. Antonio Washington,

Após ler sua matéria no Jornal “Folha de São Paulo”, gostaria de expressar a minha opinião acerca do assunto abordado...

Infelizmente, terei de dizer, sou completamente contra a sua posição como cidadão, e com suas declarações, sou até desfavorável de sua ética e sua moral.

Gostaria de poder fazê-lo entender o meu ponto de vista. Veja bem, na época da Ditadura Militar os índices de criminalidade até poderiam ser menores, mas pense na questão social, no conhecimento de mundo das pessoas que viveram naquela época, eram na sua maioria, um bando de alienados – muitas vezes não por vontade própria, mas sim por toda situação que lhes era imposta -, afinal, só se tinha conhecimento daquilo que o governo queria, os governantes atuavam como um “filtro de café” na sociedade; só poderiam ser noticiados os fatos que não ferissem os interesses governamentais, ou germinassem a semente da rebeldia e da revolta nos civis...

Agora, imagine a nossa frágil sociedade brasileira de volta a essas condições... Um retrocesso e tanto, não?!

Se já somos subdesenvolvidos e atrasados, imagine com o governo “tapando nossos olhos” para o mundo, nos vedando com a censura para as notícias, conhecimento, globalização!

Seria um completo desastre, não acha?! Quanto a este fato da corrupção entre os militares, também tenho uma humilde opinião: acredito que por sermos seres humanos, todos – sem exceção de nenhum – somos falhos e corrompíveis, e na maioria das vezes optamos pelo caminho mais fácil; ainda acredito que a Ditadura não ajudaria esse quadro social, muito menos na “extinção” da corrupção, tendo em vista que a Ditadura leva a um quadro de insatisfação e revolta...

A melhor opção seria trabalhar mais os valores éticos e morais, não só na formação militar, mas na formação da sociedade no geral. Não se esqueça que somos como um imã, atraímos o que fornecemos... Mas a violência nunca é a resposta!

Atenciosamente,

Uma cidadã.