Amor perdido

Quantas vezes penso em ti, nesse muro infernal

que nos fez separados, nessa parede que não me

deixou tocar-te, sentir-te...abrir meus braços

pra te enlaçar...

Só eu sei desta dor que me sufoca, que me rasga

as carnes abrindo feridas...

Das noites vazias, das lágrimas secadas no travesseiro

Só eu sei o quanto me custa estar aqui presa e o

quanto me atormentam os beijos que não tive, as mãos

que não me tocaram...

A angústia de viver uma eterna espera de algo que

nunca acontece, que vai se perdendo e o que se perde

nem eu sei, pois para perder é preciso ter e eu não tive...

Dói meu coração e minha alma numa dor infinita e sem nexo.

Queria fugir, me esconder, como se possível fosse sair

dela e fazer com ela se dilacere por si só. Queria

arrancar do meu peito qualquer vestígio teu, queria algo

que me tomasse por inteiro, pra não ter que pensar,

queria dizer que não te quero, que tu eras só uma ilusão,

um fantasma a atormentar-me como se eu tivesse que

resgatar minhas culpas, queria dizer que meu corpo

não te clama,que não chamo por ti em devaneios na

escuridão do meu quarto quando a noite se abate sobre mim...

Me perco em pensamentos confusos, em sonhos que me

levam sem rumo pelas noites.

Tanta coisa eu queria dizer, mas só o silêncio pra

ouvi-las e o vento pra levá-las...

(Menina do Rio)