Eu recebi esta Carta do Amigo  Carlos Alberto Josuá Costa, (Membro da Academia Macaibense de Letras - Macaíba é uma cidade situada nos arrabaldes de Natal - Capital do Rio Grande do Norte) por email e me encantou bastante por vários motivos: primeiro o Amigo Josuá é Brasileiro e provávelmente nunca visitou a Região dos Vinhos Verdes em profundidade, desde o Douro até ao limite da Fronteira com a Espanha no Alto Minho... O texto é bastante extenso porém o tema é infinito para quem gosta. 

*ACEITA UM VINHO* *VERDE TINTO?*  - 
 *(Um tributo ao amigo Reinaldo Eloi)* 
Original de :  CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA
 
-Sim, aceito! 
-E se tiver um vinho verde rosé para acompanhar esse carpaccio de camarão, como entrada, será bem-vindo. 
-O rosé degustei ontem; mas tenho um vinho verde branco. Vamos nele?
 
-Vamos sim. 
Se você está estranhando esse diálogo, pode ficar calmo, pois está “absolutamente” certo. 
Sim, sei que você achava que o vinho verde era verde, tal como o vinho tinto é tinto, o vinho branco é branco e o vinho rosé é rosé.
 
Vamos esclarecer.
 
A denominação – Vinho Verde – está ligada ao local onde o vinho é produzido, localizada no noroeste de Portugal, importante por sua especificidade geográfica, dando a essa região a exclusividade mundial em produzir vinhos verdes. 
Contam-se algumas versões para o nome Vinho Verde:
 
A mais difundida pelos produtores que deve-se ao fato da região demarcada às margens do Rio Minho, ser exuberantemente verde possuindo clima úmido com alto índice pluviométrico, mantendo uma paisagem linda e cheia de vitalidade. 
O estilo fresco e leve do vinho, em uma alusão ao seu caráter jovem, também espelha outra versão para o nome Verde. 
Uma terceira diz que o elevado teor de acidez que o Vinho Verde apresenta faz parecer ter sido produzido a partir de uvas colhidas antes da hora, ou seja, com uvas verdes. No entanto as uvas são colhidas ao atingirem o ponto de equilíbrio dos taninos, ácidos, açúcares, matérias corantes e compostos aromáticos.
 
Sabe-se, no entanto, que a acidez característica do vinho verde resulta de vinhas extremamente vigorosas, com ácido málico elevado e níveis de açúcar naturais baixos e, por vez, de percentual alcoólico menor.
 
O solo úmido de granito, com PH baixo e alta fertilização natural garantem as peculiares características do vinho verde português. Aliás, o vinho verde tem que ser de Portugal, pois a região de produção é de Denominação de Origem Controlada, conferindo ao local a exclusividade de uso do termo Vinho Verde.
 
Muito provável você encontrar nos rótulos dos vinhos verdes, as regiões produtoras e DOC, como Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva, e Sousa. 
E quais são as uvas que produzem o vinho verde?
 
As uvas mais comuns permitidas na produção do vinho verde, para atender as exigências de DOC, são: Alvarinho, Arinto, Avesso, Azal, Batoca, Loureiro e Trajadura.  A Alvarinho (vale do rio Minho) e a Loureiro (vale do rio Lima), a Arinto e a Avesso são as mais famosas, pois são considerada de qualidade superior nos Vinhos Verdes Brancos.
Para o Vinho Verde Tinto, se utiliza a casta Vinhão (Produz vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma que evidenciam os frutos silvestres – amora e framboesa, encorpado e ligeiramente adstringente). 
Para os Vinhos Verdes Rosados, a Espadeiro (Produz vinhos de cor rubi, de aromas frutados e cítricos, como toranja e morango).
 
O Vinho Verde é um vinho frutado, fácil de beber, harmoniza com refeições leves e equilibradas: saladas, peixes, mariscos, carpaccio de camarão, carnes brancas, petiscos, sushi, sashimi e outros pratos sem molhos picantes. Por ter moderado teor alcoólico e, portanto menos calórico é agradável para degustar nos finais de tardes de verão com a pessoa amada. 
A temperatura de serviço dos vinhos verdes deve ser observada a fim obter e perceber o melhor da sua qualidade. A temperatura recomendada para o consumo do Vinho Verde Branco e Rosado, de 8 a 12°C; para o Vinho Verde Tinto, de 13 a 15 °C. 
E as taças para os Vinhos Verdes? 
As mesmas utilizadas para a maioria dos tintos: tipo Bordeaux de 580 ml.
 
Pronto! Vinho Verde à taça e um brinde a você. 
Ao degustar erga a taça ao nível dos olhos e sorria, mesmo sozinho, pois com a chegada da pessoa amada, ela notará você mais feliz. 
Tim Tim. 
Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras
 
Notas de Rodapé por Silvino Potêncio (Emigrante Transmontano em Natal/Brasil)
 
1 . Tal como a maioria dos meus leitores já deve ter lido e escutado as minhas publicações  (algumas de forma bastante coloquial e não investigativas quanto à forma de escrever ou de falar típicas da região Norte de Portugal onde nasci), eu entendo um pouquinho deste assunto pois nasci na região produtora dos Vinhos do Porto e por alegoria literária eu escrevi um trocadilho “ O vinho do Porto é Transmontano” – para se entender este trocadilho é necessário ler o meu texto  até ao fim, que se encontra publicado em outro texto meu em forma de crônica extraído do Meu Livro "Curriças de Caravelas" que será publicado em breve.
2 – Eu recebi esta Carta aqui acima do Amigo  Carlos Alberto Josuá Costa, Membro da Academia Macaibense de Letras (situada nos arrabaldes de Natal) por email e me encantou bastante por vários motivos: primeiro o Amigo Josuá é Brasileiro e provávelmente nunca visitou a Região dos Vinhos Verdes em profundidade, desde o Douro até ao limite da Fronteira com a Espanha no Alto Minho. Eu felizmente já fiz isso várias vezes. Algumas viagens a serviço e outras (poucas) em Férias e acompanhando familiares do Brasil.
3 – Técnicamente eu não sou enólogo e o meu conhecimento empírico é talvez baseado mais na convivência com gente que planta as videiras, que trata das cepas, colhe as uvas, fabrica o vinho e o serve com o gosto de sempre “quero mais”!.
4 – Além dos "vinhos verdes"  que aqui foram muito bem descritos pelo Amigo Josuá, quando eu ando lá por aquelas terras eu sempre passo pelas Adegas Regionais em tempo de Vindima, ou pelas Adegas do Vinho do Porto que estão todas concentradas na margem esquerda do Douro em Vila Nova de Gaia. Uma visita a uma destas Adegas é impagável, e para quem gosta eu, como Transmontano tenho orgulho em afirmar que alguns dos melhores Vinhos do Mundo são produzidos na região aonde eu nasci. Sejam pois todos benvindos e brindemos!
Saúde!... tchim, tchim!!!  


 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 28/01/2019
Reeditado em 08/02/2019
Código do texto: T6561797
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