Gritar

Gritar esta agonia como o brandir de espadas, outrora forjadas.

Mostrar o quão poderosa pode ser a mão do homem

E quão destrutiva se torna a tua ira

Mentir, mais? A vitória deste jogo sádico, já foi definida.

O confinamento da alma faz coisas estranhas a quem já perdeu a chama ardente.

E, é inútil tentar prever o final. Pois o fim já se configura lenta e miseravelmente, no presente.

Eis que o tempo de olhar pra traz extinguiu-se

Relembrar os bons tempos não poderá ser mais um refúgio

Com o passar do tempo, os devaneios se tornam mais distantes, já que lembranças nunca foram baluarte para homem algum.

Só resta esperar que a treva se torne suportável. Pois não há esperanças de um novo alvorecer

E beber da ira dos homens, como os demônios assim o fazem.

Neste mundo podre, a esperança é apenas continuar a se rastejar como um verme que fora pisoteado.

E lutar até a morte pelas últimas migalhas de vida.

Tornando-se visível os pequenos componentes que formam a massa corruptível,

Que se torna justificada pelo fato de que o bem nem sempre é o caminho mais conveniente.

Desespero.

O primogênito, e herdeiro de um sentimento negativo muito mais corrosivo: Medo!

Ajoelhando-se diante das vaidades de um “Senhor”, que mostra a névoa não mais densa que a maldade dos puros.

Nesta noite... Venha, e mostre a verdade escondida por traz destas tuas “boas intenções”

Este teu frio me possui.