Uma carta, mil sentimentos

Não sei se realmente esta carta deveria ter um início. Nem ao menos sei se estou em condições de expor pensamentos e desejos dos mais profundos. Só o que sei é que algo deve ser feito: não existem mais condições de prosseguir com este jogo no mínimo infantil, que há muito já perdeu seu toque de encantamento e todo aquele brilho suave de novos amores...

Sei, todavia, que os motivos que movem minhas mãos neste momento são os mesmos que já pararam meu coração – ao menos, Deus, era o que parecia! Não quero mais suportar crises de identidade a todo o momento, mas tampouco quero estabilidade permanente! Não quero ter a melhor companhia, muito menos a pior. Não quero que minha vida gire em volta de seu comportamento simplório e sem objetivos!

Por muito tempo minha vida foi uma completa utopia, sem resultado algum. Aprendi que o homem não pode viver a partir de seus sonhos; apreendi o que move o comportamento humano e, por extensão lógica, o meu próprio. Aprendizado dolorido para alguém que não eu, pois aprendi a ser individualista, um egoísta. Tudo isto através de você.

Tudo isto através de seu amor, que repudio aqui, sem delongas nem ao menos lágrimas. Fique bem e aproveite sua vida pacata e sem maturidade emocional. E não espere que eu faça mais parte dela... Não mais!