Ciúmes

Amarras do amor, ciúmes.

Não é só o medo de perder, mas a ânsia de não encontrar-te inteiro, de na minha parte faltar um pedaço.

Não é só o coração disparado, cheio do temor da espera infrutífera, da palavra não dita, do carinho postergado.

É uma corda, um grilhão, um cadeado, uma jaula. Sentimento invisível que aprisiona meu amor e liberta um fogo sem controle – que incendeia minhas ações. É tremor na fala, taquicardia, mãos impacientes, olhos solitários.

Meus olhos solitários vêem filmes que não estão nos cinemas: tua presença distante, teus abraços em outro corpo, tuas confidências para outra alma – tudo numa película invisível e inexistente.

As certezas do teu amor são, agora, nuvens num céu de agosto...

Meu espírito canta a música do combate, chovem ferrolhos no meu amor – fico aprisionada nas dores da minha imaginação.

Ciúmes, amarras do amor. Silêncios que gritam nas minhas palavras não proferidas, eu te quero tanto.

Eis que fujo à razão, eu quero a tua mão, eu te quero tanto.

Labaredas escuras, reação química de confiança abalada, quero teus beijos de fumaça, teu desejo, tua paixão.

Não me digas não porque meu ciúme, são as amarras do meu coração.

Dizei-me apenas que sou flor, que vais onde eu for.

Ciúmes amarram meu coração. Vem libertar-me, amor! Que sou ninho esperando você pousar

Ter ciúmes é matar em vão o amor, vem libertar-me desta prisão.

Valéria Britto
Enviado por Valéria Britto em 05/10/2007
Código do texto: T681838
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