carta doismilevinte

Suspiro abrasador,

saliva escorre e queima;

a terra precipita-se em teu anseio,

exige sacrifícios em teus delírios lúgubres.

A natureza tem seus planos...,

e seus filhos servos do destino

há de aprender a dançar a dança portentosa da vida,

dos ciclos, dos opostos, e da morte.

O inevitável sempre chega.

O verbo inflama sob a carne eruptiva,

o sangue em labareda verte da terra; seu penar.

Quero ser vulcão, magma aceso, escória poética, matéria espessa que acompanha as curvas das rochas incandescentes,

e desliza vagarosa sua lava sob os pés do mundo.