Carta Aberta a Mim Mesmo

Ando precisando conversar comigo mesmo. Mas ando muito mais impaciente comigo mesmo também.

Vivo uma dualidade dilacerante.

Altivez.

Sorria.

Seu semblante tá estranho... Sem mais vírgulas, sem mais exclamações ou com deveras interrogações.

Faço o que faço, penso o que penso. Mas no mais, contudo, independente do que eu faça, eu estarei em _solitude_. Ou em solidão?

Não importa o que meus amigos (opa, quais amigos, quase nenhum tenho mais), superiores ou familiares digam, será igualmente enrrelevante. Pois no fim de cada contexto, estarei só na minha escolha e consequência.

Mas posso tentar justificar o agrado que eu buscava por conta do medo da retaliação dos julgamentos alheios. Me mantive quieto, em silêncio, imóvel, no vazio.

Agora, PARCIALMENTE livre, ainda vejo o escuro, o silêncio, a vigília, a falta de privacidade, os achismos e a falta de respeito comigo, com meu corpo, com minha dor e angústia bivalente.

Quando expiro, é um ar pesado que sai do meus pulmões. Quando firo-me, a dor é pequenina demais pra demasiada demanda de pranto.

Sou um estrangeiro em minha própria mente. E ao mesmo instante, um morador ávido. Essa tal dualidade intrigante está amputando sem meu consentimento, meus sentidos, minha cognição, minha saúde.mental, meu relacionamento comigo e com os outros... E no fim, a vida.