GATILHOS EMOCIONAIS: JÁ VI(VI) ESSE FILME ANTES

O que você é, o que fez, pouco importa. O problema é a forma como eu encaro esse tipo de situação e o que ele evoca, de um tempo que eu pensei ter deixado pra trás.

Você agiu como deveria, de forma racional, como fazem as pessoas diferentes de mim, que controlam suas emoções e não se deixam dominar por elas. Você decidiu pelo que era o certo, ou o mais conveniente, naquele momento.

Nessa coisa de ser razoável, como você viu, eu me perco, insisto em mergulhar fundo nas experiências afetivas, quando o que todo mundo parece querer é a superfície e nada mais. Enquanto eu rumava ao infinito (eu e meus excessos!), você vivia algo diferente, bem diferente. E pensar nisso fez despertar em mim as piores memórias que guardo, de um tempo em que eu me iludia, sonhando em viver um amor romântico.

Não é a sua falta que me dói, meu bem. É a falta resultante de todos os outros relacionamentos, tão malsucedidos quanto esse. É a falta que habita em mim, essa necessidade de ser amada, de ser intensamente amada, como se a vida fosse pura poesia. Você sabe o que é isso? Não sabe!

Admito minha imaturidade. E também esse ressentimento aqui dentro. Mas não é você a causa, entende? É muito mais complexo. Não sei lidar com a frustração, com o medo da rejeição. Isso! O medo da rejeição!

O que me dói, agora, nada tem a ver com o seu ato (covarde, inadmissível e desrespeitoso), ao ter recuado, mas com o meu comportamento imbecil, revelando fragilidade, ao me permitir chorar por sua causa.

E por causa de todo o resto.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 07/06/2022
Reeditado em 07/06/2022
Código do texto: T7533071
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