Me desfaço sem encontrar meu espaço.
Eu só queria saber qual é o espaço qual eu represento.
Tudo à minha volta parece pertencer há uma espaço maior do que me é destinado. Seus gostos, seus amigos, seu emprego, seus esportes, seus funcionários, seus pets, seu dinheiro, seu sono, seu tudo...
Já faz tempo que eu prometi a mim mesmo que pararia de disputar um lugar nessavida, mas a verdade é que eu não consigo. Eu preciso me sentir visto, amado, respeitado, pertencente, existente. Mas aparentemente ao seu lado isso nunca estará presente.
Hoje foi meu ultimo suspiro da tentativa de reativar a chama dessa paixão.
Eu defini o meu tamanho, eu expliquei minha necessidade, a minha falta, o que me faz me distanciar e me sentir carente. Se nada florir desta tentativa, ai eu começo a juntar os meus cacos bem como os meus trapos e me parto dento de cada parte que já não cabe.
Se me abro e me escancaro para não ser visto nem validado, na próxima me calo, me fecho, me calejo
Quando escancaro a carne procuro além do profundo o carnal, se apenas sebo e pele é o que encontro é onde vejo meu desencontro.
De todos os caminhos pelos quais caminhei, este foi o que mais de mim deixei...
Hoje vivem em conflito dentro de mim duas forças querendo me controlar e enquanto uma não assumir pelo limbo vou prosseguir
Até se decidirem entre a razão ou a emoção, escancarado meu peito segue sem direção.
A faca cega da paixão já fez o seu estrago, o tempo já cicatrizou o que podia ser curado
À parte isso sigo todo desfigurado
De feridas a rasgos
De furos a buracos
só tento entender qual é o meu espaço.
Sem dialogo, compreensão ou convivência
Carrego em mim a dor da ciência, da consciênciada ausência, que para além do outro também representam a minha presença.