Uma carta para a menina Ciara

Na Casa do Amor, 10 de janeiro de 2024.

Querida Luciara, Ciara, Luluzinha, Lulys.

Venho através desta carta expressar toda minha admiração pela mulher forte, carinhosa, gentil e batalhadora que você se tornou.

Há exatos cinquenta e um anos, você chegou nesse mundo de meu Deus, chegou apressada, parece que nesse quesito não mudou muito, pois você continua sempre correndo.

Aquela menina tímida, de olhos amendoados, cabelos loiros "feitos cabelos de milho" e cheia de medos cresceu, não em estatura, porque, como muitos dizem, você é raspa de tacho e não alongou. Contrariando esse fator, você é gigante, batalha as lutas da vida com coragem, honradez e nariz em pé.

Do tempo da roça, você guarda a simplicidade, o cuidado com as pessoas que circundam os seus verões, as flores que emanam cheiro de amor nos seus dias e, principalmente, não se esquece de onde você veio. Não esquece seus pais e os ensinamentos que permearam a sua infância.

Em minhas memórias, guardo os seus choros, os seus momentos de sofrimento, as dores guardadas que só nós duas sabemos. Carrego também as alegrias, quantos momentos incríveis, você já desfrutou ao lado de pessoas caras e especiais.

Falando em pessoas, você tem amigos que são luzes que ajudam você atravessar os desertos, claro, que algumas amizades se perderam na estrada, contudo há as de sempre, as que não largam de você e você não larga delas. Tem amigos que parecem que se conhecem de milhões de anos, tanto é a sintonia que entrelaça a vossa amizade.

Nessa andanças da vida não posso esquecer de falar da sua profissão, mulher, você ama tanto a arte de aprender que faz isso com alegria e gratidão. Ser professora é para você uma dádiva, você trabalha com amor e com esperança.

Nem te conto das vivências com a escrita. Ciara, você tem conhecido tanta gente boa, acolhedora e que apoia o seu trabalho. As feiras literárias, as palestras e as rodas de conversa estão sendo um sucesso, sua mãe Biziu teria muito orgulho de você.

Olha bem! Você continua orante, amando ainda mais Jesus e seus ensinamentos, uma novidade foi você se permitir adentrar e conhecer mais sua ancestralidade, reviver momentos da sua infância, momentos que ajudam você compreender a vida.

Tenho muito mais para contar, todavia, cinquenta e um anos não podem ser resumidos em uma carta.

Um abraço afetuoso, minha menina, eu amo você e acredite, estou bem, estamos bem e com o coração grato.

Luciara Furtuozo
Enviado por Luciara Furtuozo em 10/01/2024
Reeditado em 11/01/2024
Código do texto: T7973744
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