"É disso que esse diabo gosta"
Descobri que sou o diabo (isso. Com "o diabo" em minúsculo. Não tenho a pretensão de me passar pelo anjo decaído. É só figura de linguagem).
Mas, de volta... Descobri que sou o diabo. Pelo menos, o diabo dos meus amigos. Explico
É fácil saber o que me apetece: gente.
Quadros? Filmes? Festas? Salto de paraquedas?
Seja uma corrida de fórmula 1, uma partida de voley, picolé num calçadão desse Brasilzão, um banho de mar... sei lá
Só me apetece se tem gente. E "pourquoi"?
Pois eu quero é ver, sentir, reagir e saber como é isso, juntar ácido com básico, mais com menos e de todas as suas maneiras possíveis. E ver. Estar. Ser.
E então, quando cada um se conecta, sem perceber, secreta suas vontades, simples ou densas, e eu, diabo que sou, apoio, auxilío, convenço a pessoa de que dá. Mas claro, feito diabo, cobro um preço.
Precisa se lembrar de falar. Conversar. Fazer e cumprir acordos, assim como revê-los, se necessário.
Esse é um preço que vale uma alma, tal qual na ficção.
Doar-se para os seus e seus acordos.
É disso que esse diabo gosta.
(Bruno Mariano Gardeniro)