Aos de interesse,                                                                                                                                                                             

 

Cc.: Aos caríssimos Joaquim e Machado.                                     

                   

Sendo sincero, sempre penso que é mentira.                            

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Ontem depois de calorosa discussão presenciei e pincei, frase central, da agonia de alguém que buscava num argumento vazio, quase inverossímil, alguma coerência, ledo engano, o dela. Daquela pessoa. Invocar o pai ou mãe não a faz melhor, embora nitidamente ela se sinta. Mas de certo a experiência só tem valia para quem a viveu, como haveria de valer o mórbido argumento, o tampão para o problema instaurado, para quem enfurecidamente a ouvia? Não haveria de ser e, de fato não foi, a tão esperada, deus-ex-machina, recurso apelativo do teatro, e nem a claque dos programas de humor da televisão, que claro, parte dos senhores não conheceram.  Le pardon!   

 

Mas, por uma questão de lisura, não vos escreverei, de forma direta, antes, porém, farei por entremeios, a fim de mascarar personagens que talvez os senhores conheçam. Afinal, meus senhores, em tempos tão difíceis, para o intelecto humano, o melhor, talvez, seja não personificar, não que se deva fazer uso de uma inautenticidade obscurantista, mas para manter o estado de espirito acalmado, seja, quiçá, esta, por agora, a melhor forma de relatar a cerne das coisas e dos acontecimentos.

 

Sendo bastante telegráfico, codificarei a seguir, com pequenos aforismos, quase proverbiais. É o que segue: 

  1. Se em cada discussão, por menos acalorada que seja, for necessário dizer que o que de correto você faz, seus pais o ensinaram, significa que você pouco aprendeu e precisará sempre desse escudo ético, que na íntegra serve bem mais para sua auto apresentação, auto demonstração ou auto exposição. Você não aprendeu nada! 
  2. Quem tem por seu o correto, o ético e o moral, mesmo que aprendido dos pais, assim o faz, o demonstra, sem a parca necessidade do irritante “estandarte moral” carregado das clássicas e desnecessárias frases, que se lhe apresentam de tempos em tempos:  - Meu pai dizia ... minha mãe me ensinou e faço assim.
  3. Se foi ensinamento deveria ter sido empírico à sua personalidade, tão próprio a ponto de passar a lhe habitar, como se por osmose, e não ser citado a cada hora, ou a cada momento em que o contraditório lhe aparece. O fato de deitar regras, escudado pelo efeito de um “pseudo-patriarcado familiar”, uma espécie de figura nobiliárquica, como se fora uma distinção abissal entre o correto, o ético e o espúrio, cabendo somente a quem deles se pronunciam, nada mais reflete, senão, uma demonstração de insegurança infantil, quando não, uma farsa.      
  4. O que se aprende dos pais, professores, mestres de vida, estarão sempre consigo, sendo seus, fortalecendo que se chama de consciência, capaz de pôr sobre joelhos, fortes, ricos, gênios e, também os comuns. O que quer que seja feito, se não poder ser livremente contado sem constranger a opinião desses mestres, não deveria ser feito. Não há necessidade de créditos, haja vista que a árvore é conhecida pelos seus frutos. 
  5. Distanciemo-nos em pensamentos e comunhões de almas, dessa gente que quando inclina-se a fazer o correto precisa externar uma posição fantasiosa, quase uma quimera, jamais vista, mas sempre exaltada, de forma a moldar o discurso como se toda a razão proviesse de si, do seu pensar e do seu existir. 

    Experiências que não tem, são mentirosos, nos mais variados casos. 

 Recife,PE- 07.12.2023

Taciano Minervino.  

 

Taciano Minervino
Enviado por Taciano Minervino em 21/02/2024
Reeditado em 21/02/2024
Código do texto: T8003855
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