Carta para quem sofreu...

Alma querida, tantas vezes te adverti. Disse-te claramente que sofrerias. Que teu desgosto seria tão grande, que desejarias jamais ter pensado em mudar tua trajetória.

Avisei-te para não crer no olhar de perdição, no sorriso angelical, nas mudas promessas de um amor que transcenderia o tempo e a distância.

Tudo aconteceu. Acalmada a tempestade, compreendi que certa estavas tu. Fez-se necessário acontecer a dor, o desgosto, o desmoronar de sonhos, para que, mudando tua trajetória, encontrasses uma estrada mais coerente com tuas conquistas.

As promessas não pronunciadas, mas sutilmente sugeridas, foram a alavanca que te impulsionaram, ou que te motivaram a buscar novas paisagens, possibilitando assim, a aquele de quem abdicaste, a oportunidade de também ele, traçando novos rumos, encontrar novos valores.

Verteste lágrimas dolorosas, descobriste-te iludida e só. Foi uma chuva. Reergueste-te, grata por teres voltado a amar, com o vigor da juventude, já deixada para trás, há algum tempo.

Não houve correspondência? Por algum tempo, sentiste-te feliz. Por algum tempo, sofreste cruelmente.

Depois, veio a bonança. Teu coração está leve. Segues teu novo caminho em paz, amando a vida que escolheste, repartindo o que aprendeste.

E eu, aprendi contigo também! (11/03/2008)