Mulher de Malandro Descontente.

Querido fulano,

Eu não sei o que pensar. Você veio até mim, me justificou o porque de sua decisão. Disse, que não sentia amor por mim, que era apenas algo carnal, fútil, um sentimento de desejo e nada mais. Mas não acredito. Peço desculpas, mas não posso e não devo acreditar. E aqueles beijos? Afagos, carinhos demorados? Todos foram apenas sobras de um desejo carnal? Aqueles olhares trocados? Era tudo ilusão. Seria mesmo? Eu duvido muito. Confesso que no primeiro instante minha ontade era tamanha por te ignorar. E confesso também que foi isso que fiz. Mas não consegui segurar por muito tempo aquele olhar duro e frio em minha face. E quando você encostou seu braço no meu, lembrei rapidamente do seu corpo colado ao meu e dos gemidos ao pé do ouvido. E tudo voltou como uma rajada de vento frio. Eu tremi na base, como diriam vulgarmente os desavisados. Mas de antemão, avisei a mim mesma do que podia acontecer. Me magoar mais uma vez. Mais uma vez sentir a dor de olhar a Lua com os olhos banhados em agua e sentir-se como o mundo fosse acabar. Refleti mais uma vez. E adivinha qual foi a minha resposta. Prefiro ser magoada 10 vezes por você do que passar 1 dia sem sorrir ao te ver. Admito, coração burro o meu. Mas quem sabe dessa vez é diferente. Confesso agora uma coisa deprimente. Sou uma mulher de malandro demente.

Ass.: Lila Bilac

Lila Bilac
Enviado por Lila Bilac em 21/03/2008
Código do texto: T911172