Não é amor.

Não, eu não te amo.

Parece com amor, cheira a amor. Tem cor de amor, vibra como amor, soa como amor...Pode até ser tão igual ao que chamam de amor, que por segundos, talvez até eu mesma tenha julgado que o fosse...

Mas então as horas passaram, os dias se seguiram e os pensamentos tomaram outra forma. E eu vi claramente que jamais havia te amado.

Não te permitas alimentar essas ilusões, acredite, vais sofrer se assim fizeres. Deixa que as coisas permaneçam tal qual estão, nos vemos, nos amamos, somos felizes enquanto livres dessas nomenclaturas, desse peso de ser eterno, ser sincero, ser incondicional.

O que ganharíamos se fosse amor? Acaso os beijos seriam mais doces, o prazer mais intenso, a saudade menos cruel? Não...É impossível que existam beijos mais doces, prazer mais intenso ou saudade mais mortífera do que vivenciamos. E mesmo com toda a furia que esse "não sentir" despeja sobre nós, continuamos livres não nos amando, mesmo que acorrentados por outras amarras.

O amor nada mais é que um equívoco. Sim, um equívoco que pelo menos nós não cometeremos. E se for realmente necessário, se sentirmos vontade chamar de algum nome o sentimento que nos ata, que seja chamado de azul, como os misteriosos mares e o céu que jamais alcançaremos. Mas por favor, que jamais seja tinto de vermelho amor nosso azul sentir.

Meri Jaan
Enviado por Meri Jaan em 28/03/2008
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T920001
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.