Fulano, meu maior e melhor desgosto.

Fulano,

Eu não entendo. Mesmo. Quando estamos juntos, nos beijamos, nos fazemos carinho. Sorrimos, brincamos. Até rola uma implicância quase que infantil quando estamos juntos. Olhar nos seus olhos e ver que estão brilhando quando estamos juntos é maravilhoso. Ver que você se preocupa quando estou com frio e não me deixa sozinha no ponto de ônibus. As vezes até percebo a sua ânsia enquanto não me dá um oi. E como você fica quando não me vê. Ao lado dos amigos, tanto meus quanto seus, as brincadeiras que surgem a respeito de nós. Ah, os carinhos. Nossa, eu adoro quando você afaga meus cabelos, me beija a nuca. Ou quando simplesmente estamos deitados e você pressiona meu pescoço como que dizendo "chega mais pertinho de mim". O jeito como você me envolve em seus braços e me faz sentir a menina mais protegida do lugar. Ah, quando você me elogia! O seu jeito de me olhar como se tivesse me despindo. Aquele jeitinho safado de me ver pelo espelho quando estou penteando o cabelo. Mas, então, porque após tudo isso, você ainda sim me diz, alias, tem coragem de dizer que eu não mexo com você? Que você na verdade não gosta de mim? COMO? Eu não consigo acreditar que alguém faça tudo isso apenas por tesão. Por algo carnal. Não, não consigo enxergar isso. Alguém seria capaz de ser tão fútil? De enxergar tudo isso como carne? Como apenas sangue que ferve? Mas... mas... eu acredito sim. O fato é que eu sei que você não gosta de mim. Não como eu queria que você gostasse. E isso me doi. Muito. Me doi como não queria que doesse nem no meu mais forte inimigo. Mas eu não quero acreditar. É difícil encarar. E eu tento resistir! Tento muito! Mas é só olhar para seus olhos e sentir seus lábios próximos aos meus que tudo é esquecido e o mundo passa a ser só eu e você.

Lila Bilac
Enviado por Lila Bilac em 10/05/2008
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