Saci

Foi assim: em 1995, meu pai e eu resolvemos fazer uma cavalgada com um grupo que ia de um município a outro aqui do interior do Rio por meio do mato e da serra. Começamos a cavalgar às 8h. Ao atravessarmos a rodovia RJ-124, minha égua empinou. Controlei bem, tenho experiência com cavalo bravo. Fomos em frente, com um delicioso sol de outono iluminando o dia. Tudo correu bem, mas os animais estavam muito cansados já de tarde. Só que a minha égua era durona. Então, na volta, ela e eu viemos descendo na frente, bem afastadas do grupo.

De repente, no lusco-fusco da tarde, eu vi um redemoinho de folhas bem na frente. A égua empinou comigo pela segunda vez. Não tinha um poro meu que não estivesse tenso e com pêlo arrepiado. Olhei no relógio: 18h! Clamei: Nossa Senhora me acode!!, porque era a hora dela. E o redemoinho foi se afastando até entrar no mato de novo. Contei pro meu pai, mas ele não acreditou.

Quando chegamos na planície, o grupo todo reunido, minha égua arriou, se deitou no chão, estava exausta. Voltei caminhando e a puxando. Tenho certeza de que, se tivesse saci ali, a danada sairia galopando.

De outra feita, minha tia estava lá na fazenda em Montes Claros e havia comprado um conjunto de panelas, que vieram uma dentro da outra como se fossem uma 'mamushka'. A maior das panelas é gigantesca. Bem, de uma hora pra outra, a tampa da panela maior sumiu. Ninguém encontrava a danada. Todo mundo da fazenda procurando. Até que cansaram... Mais tarde, um foi sentar na varanda, tirou os jornais de cima de uma poltrona e! lá estava a tampa da panela. Ninguém tinha mexido nas panelas na varanda. Claro que isso é coisa de saci... 'num tinha minino levado' lá...

Stella Arbizu
Enviado por Stella Arbizu em 10/07/2008
Reeditado em 11/07/2008
Código do texto: T1074456
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