18 DE OUTUBRO DE 1999

No ano de 1999 exatamente no dia 18 de Outubro (numa segunda-feira ) tinha apenas 12 anos quando algo de terrível aconteceu em minha vida, nunca vou esquecer desta data...

No dia anterior minha mãe me levou ao zoológico para ver os animaizinhos, foi um dia maravilhoso, meu pai nos encontrou na saída para irmos tomar aquele sorvete que não podia faltar, meu irmão ia mais para paquerar as meninas do que pelo sorvete, apesar de já ser um pouco grandinha adorava sentar no colo do meu pai, ele é fortão e moreno minha mãe o chama carinhosamente de “negão” e eu sou a neguinha do papai... Depois formos ao supermercado fazer compras, colocava tudo que era mais gostoso no carrinho da mamãe e ela brigando é claro, mais meu pai é muito flexível deixava eu levar metade do que eu e meu irmão colocávamos no carrinho de compras...

Ao chegarmos em casa minha mãe foi preparar um rango para todos enquanto isso sentávamos na frete da TV para assistir um bom filme lembro-me até o nome do filme: Robocop o policial do futuro, nem acabei de assistir ao filme adormeci nos braços de meu pai, pois lá é um lugar onde me sinto segura.

Na manhã seguinte o pior dia da minha vida, acordei como qualquer dia, me arrumei para ir a escola cursava a sétima serie, minha farda era blusa branca de botões e saia rodada azul marinho, sapatinho fechado e meia no meio das pernas ir a escola era a minha maior alegria, conversar com meus amiguinhos, minhas coleguinhas, discutir sobre as aulas, falar daquele garoto mais bonito da escola, paquerar de longe, sentir um friozinho na barriga quando ele chegava perto, mandar recadinho, cartinhas de amor sem assinar deixar um mistério no ar... Eu tinha tudo isso até alguém roubar o que eu tinha de mais valioso, MINHA PAZ!

Ao sair da escola que não ficava tão longe da minha casa dava para ir caminhando era a dois quarteirões, nesse dia sai um pouco mais tarde porque estava empenhada na feira de ciências que ia acontecer no mês seguinte, recortes, elaborando cartazes, ajudando a pintar as maquetes, quando dei por mim já eram quase 19:00hs e esqueci de avisar meus pais então me despedi de meus colegas e fui para casa, um pouco menos de 500mtrs da minha casa um homem de aparência não muito jovem me empurrou e me jogou dentro do seu carro, só lembro que era de cor vermelho, comecei a chorar e a gritar e ele me apontou uma arma e disse que se eu gritasse ele me mataria, levou-me a um lugar muito escuro me arrancou de dentro do carro com uma força parecia um monstro tentei relutar mais quanto mais tentava, mais ele me agredia, arrancou minhas roupas, rasgou minha calçinha e me violentou, saiu em disparada e me deixou ali mesmo, ensangüentada, com as vestes em farrapos, sem mais a minha pureza, sem nada alem do medo, sai correndo sem rumo tudo era tão escuro, só lembrava-me do colinho do papai, nunca senti tanto medo, quando avistei um andarilho só lembro que me joguei encima dele sem dizer uma palavra chorava e tremia sem parar, ele tentava me acalmar mais de nada adiantava, caminhou comigo até a principal e La ele pôde perceber que das minhas pernas saiam sangue sem parar, como se eu estivesse com hemorragia. Meu rosto, meus braços e pernas todas arranhadas, foi quando ele percebeu que eu havia sido violentada sexualmente. Pedimos ajuda na estrada, quando um caminhoneiro parou e nos ajudou, fui levada ao hospital e de lá avisaram meus pais e meu irmão, dentre 20minutos no Maximo meu pai já estava La chorando mais do que eu, passei por exames de corpo de delito, fiquei em estado de choque só sabia chorar e nada mais, tive acompanhamento psicológico mais de nada adiantou... Minha família ficou todo tempo ao meu lado desta forma eu me acalmei aos poucos, fui sedada para que pudesse repousar, quando acordei vi ali a presença firme dos meus familiares, depois fui pra casa, minha mãe cuidou de mim me deu muito amor e carinho, meu pai parece que tinha perdido o chão junto comigo, tentou encontrar esse homem a todo custo, só que nem o bandido estuprador iria saber que eu tinha decorado a placa dele eu só não conseguia lembrar o ultimo numero mais com isso a policia já conseguiu dados de algumas pessoas e pediu que eu fosse reconhecer o criminoso, fiz o retrato falado dele... Mais perceberam que o carro havia sido roubado e que na realidade pertencia a uma senhora de 62 anos, e os meses foram se passando comecei a sentir enjôo tontura, tive febre e minha mãe me levou ao medico e lá o exame acusou que eu estava grávida! Como pode meu Deus! O que eu faço agora? Tudo estava acontecendo em minha vida de ruim meus pais conversaram comigo e me aconselharam a tirar aquela criança, tinha acompanhamento de psicólogos, ass. Sociais de amigos parentes, e todos diziam a mesma coisa, mais dentro de mim algo me dizia que eu não podia fazer tamanha crueldade então decidi ter aquela criança , sabendo que era contra a vontade dos meus pais e familiares... O nascimento dela foi o dia mais feliz da minha vida, meu pai quando viu aquela criança ficou sem chão seu rostinho era o mais lindo que já havia visto, ele foi o primeiro a vê-la... Brigando os dois: meu pai e minha mãe para saber quem daria o primeiro banho na Gabriela, a Gabizinha como eles a chamam até hoje... Ela devolveu a alegria de nossas vidas tanto minha quanto dos meus pais e irmão... Mais aquele pesadelo de vez enquanto volta a minha cabeça, mas quando olho a minha filhinha vejo como ela foi gerada muitas coisas passam em minha mente, mais o sorriso que ela me da me conforta ainda bem que fiz a escolha certa, mesmo sabendo o método que ela foi gerada. Amo você Gabizinha e nunca vou deixar alguém te machucar, mesmo que para isso tenha que me desdobrar em duas....

Yana B
Enviado por Yana B em 04/12/2009
Reeditado em 18/01/2011
Código do texto: T1960394
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.