O Causo da Serra do Rola Moças

Tava la eu, com minha carrocinha véia na estrada de terra batida vremeia, com meu cachimbinho véi, meu chapéu véi, minha calça véia, eu véi, meu burrico véi, tudo véi. Tinha colhido minha prantação de cenoura vermelhas grandes e maduras, pra mó de vendê na cidade grande e ganha uns trocado.

Fui tocando minha carroça pela estrada, mato verde dum lado e mato verde dum otro, quando acabo de subi o morrão ai começa uma ladera e eu seguindo na mesma estrada de terra batida, me deparava com uma imensa prantação de cana caiana de um lado e do outro, dava inté medo de oiá prus lado, cismava que tinha bicho feio lá e ia pula im riba de mim, mas continuei tocando minha carroça véia, umas chulapada no lombo do juventino aqui otras ali e assim vai...

No mei do caminho, veja uma moça daquelas bunitona, cabelos negros, olhos cor de jabuticaba, cintura fina, pernão, mas toda sujinha por quê tava cortando cana, um facãozão de todo tamanho, dava umas chulapadas pra lá, outras pra cá, quando passo por ela, ela para tudo que tá fazendo e começa a olhar pra mim, com zóio de quem queria me comer vivo, me deu um arrepio doido na espinha, tirei o chapéu véi da cabeça e a cumprimentei, tenho bons modo que minha maezinha me deu, ela não revidou meu cumprimento, achei isquisito e continuei tocando a carroça...

Derepente no mei da prantação apareceu mais uma moça, bunitona e buazuda também, paradinha como uma estatua, me olhando, parecia que seu zói ia pula pra fora da cabeça in riba de mim, tirei meu chapéu véi de novo e cumprimentei, por causo dos meus bons modos né, continuei tocando minha carroça véia, com meu burrico véio puxando devargazinho pro mó de que a corraçã tava bem pesada com minhas cenouras grandes de vremeias...

No que fui carroçando pela estradinha vremeia no meio da prantação de cana, fui arreparando que aperecia mais e mais moça bunitona, dos tipo buazuda, mas tudo sujinha de corta cana, era muié que num acabava mais, trocentas dum lado e trocentas du otro, tudo pararo pra mó de vê eu passando de carroça, fiquei meio que assustado, ninhuma delas falava nada, só me zoiava caquele montes de zóio bunito que a terra há de comer, continuei tocando minha carroça véia, chibatadas no lombo do juventino aqui otras ali e assim vai...

De repente...

- PEEEEGGGGAAAAAAAA!!!!!!

Um voz forte e estridente zuo no meus ovrido, fiquei pavorado duma hora pra otra, saiu um bando de muié bunitona e buazuda do meio da prantação de cana, minha carroça véia ficou cercada de moça pra tudo conto é lado, tive de para a carroça pra sabe o que tava se sucedendo, elas cercarão minha carroça e eu ali in riba, aquele monte de muié parado in vorta com aqueles facaozão na mão, pensei..."e agora, me sarva eu meu padin ciço"... perdi a voiz na hora num conseguia gritar e nem falar nada, achei que ia se picotado ali mermo, eu e meu burrico juventino...

Num arvoroço danado subiu um monte de muié na carroça e me arrancaram a força me jogando no chão, tava paralisado num sabia o que fazê, aquele monte de moça bunita in riba de mim, num sabia se ficava alegre ou triste, ai jogaram eu no chão, abriram minhas pernas e meus braços, tinha duas muié segurando eu em cada braço e em cada perna, parei de me arrebater no chão sabia que num ia adiantar nada, ai no meio daquela moçaiada bunita toda veio uma mais bunitona que todas, perecia aquelas muié de capa de revista, mas toda sujinha de corta cana, acho que ela era mais safadinha que as outras, arranco meus trapinhos de roupa tudo, fiquei peladinho de nada, do jeito que vim ao mundo...

E num é que a mais bunitona de todas começou a abusa de mim, e me usava daqui, usava dali, feiz di mim gato e sapato, tava assustado, mais tava gostando, afinar eu era omi, ela abusou de mim todo, quando ela acabou o serviço, me lascou um beijo na boca, não disse mais nada, saiu de riba de mim, ai o pecado tomou conta, vei uma bando de muié, uma mais bunita que a otra, tudo pra cima de mim, fizeram de tudo comigo, acabaram com minha raça, foi um deus nos acuda, curuz em credo, era uma mais fominha que a outra, fui praticamente devorado vivo, era mordida daqui, mordida dali, moça sem roupa pra tudo conto é lado, num sabia se tava nu céu ou nu inferno, mas tava tão bão, fiquei mais o meno por umas duas horas naquela situação vexaminosa, zoiei prus lado, nem o juventino foi perdoado, as moça bunita abuzaram dele tamém....

Depois de todos aqueles pecados consumados, vesti meu trapinho de roupa véia, coloquei meu chapéu véi, peguei minha carroça véia, meu cachimbo véi, eu véi, e continuei tocando por quela estrada vremeia véia, dei uma zoiada pra trás, pronto, sumiram todas minhas cenouras grandes e vremeias, fui tocando a carroça e tinha uma cenoura na mão de cada moça bunita......