Noite de horror

Gravatá ou bromélias

Como queira chamar

A noite é escura

E pela cerca viva

Ninguém quer passar.

A mãe manda o filho obediente

Ir na casa lá do mato

Ele chora, sente...

Mas é ordem, tem de obedecer

Mesmo com medo de rato,

Raposa, cobra ou sariguê...

Tem de ir, a mãe não quer saber.

O candeeiro está vazio

A luz está apagando

O irmão mais velho o acompanha

Os dois vão andando.

O gravatá tão temeroso

Passa ligeiro

E o menino medroso

Tem de buscar gás pra o candeeiro.

Abre a cancela

Mas seu chiado

Deixa o coitado

Todo borrado.

Sai correndo e logo vai vendo

Bem de longe uma silhueta

De um cavalo a galopar em sua direção

Quer gritar mas é calado pelo irmão.

Seguem em frente e encostam na cerca.

O velho Zé Preto passa sem ver

De tanta cachaça que se pôs a beber.

Depois de andar

Por dentro do mato, por caminho fechado

Com querosene na mão

De volta pra casa desafiam a escuridão

Por baixo de cerca

Por cima do medo

O menino obediente

Chega em casa com o coração na mão

Porém bem contente

Por cumprir a sua obrigação.

JOSMAN LIMA
Enviado por JOSMAN LIMA em 16/11/2010
Código do texto: T2618522
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