O Rosnar da Onça

Dudu e Vavá sempre foram, e ainda hoje são amigos camaradas e irmãos de fé, como já poetizado pelo cancioneiro popular.

No auge da juventude se vangloriavam pela coragem que demonstravam em situações adversas e que assim exigia.

Apesar de toda coragem, nunca se envolveram em confusões, são exemplos de vida sossegada, demandada ao trabalho à família e a paixão por uma boa pescaria.

Certa feita encontraram-se num boteco numa sexta feira à noite. Quando já por volta das 22 horas, chega outro grande amigo o “Vartin”.

Vartin morava em outra cidade, mas, seus familiares ali residiam, e vez por outra aparecia para visitá-los e rever os amigos, para não ser diferente Vavá o mais apaixonado por pescaria se destacava.

Entretanto naquela época os três amigos estavam numa pitanga que dava dó e gosto ao mesmo tempo, mesmo assim, nada os impedia de irem para a beira do rio.

Naquele dia não foi diferente, Vartin possuía um veiculo, em boas condições de uso e no auge da bebedeira resolveram ir pescar.

Conhecidos por fervorosa coragem e o juízo no dedão do pé ajeitaram a tralha e partiram.

O trajeto até o rio é algo entorno de uns 140 km, metade por estrada de chão, o que não os impedia de prosseguir viagem. Assim foram todos alegres e sorridentes, munidos de cerveja lançara-se estrada a fora.

Três horas depois lá chegaram.

Noite de lua cheia iluminando a beira do rio. Iniciaram a pescaria cada um com seu molinete, na areia sentaram-se e de gole em gole, ficaram a curtir a noite e madrugada dentro.

Depois de algum tempo, quando os pássaros ja anunciavam o romper da aurora, os três valentões ouviram um barulho estranho do outro lado do rio.

Conforme o barulho ia aumentando, e se aproximando, puderam perceber que se tratava de um bando de capivaras, que vinham em direção ao barranco, na outra margem do rio.

Como no local o rio era bem largo, mesmo isso, permitia a eles curtir aquele espetáculo da natureza selvagem, qual seja, um bando de capivaras se lançando no rio. Eram muitas.

Ali, ficaram a contemplar o bando de capivaras se atirando no rio na maior algazarra.

Mas, qual a surpresa ainda estava por vir.

O susto!...

Este, talvez o maior de suas vidas, vindo a abalar os três valentões, quando ouviram... O rosnar de uma onça, que estava atrás do bando de capivaras, razão pela qual as fizeras se lançarem ao rio em desespero.

Tamanho foi o rosnar daquela onça, qual não puderam ver, pois, em questão de segundos, abandonaram toda a tralha na areia, e em tremenda disparada correram para o carro.

Vartin, como é bem pequeno adentrou no porta- malas, se trancando de imediato, Vavá e Dudu, um em cada assento dianteiro do carro lá murchinhos ficaram.

O susto e o medo foram tão grandes que permaneceram acordados até o raiar do dia, com os olhos arregalados a olhar para todos os lados, com medo de que a onça chegasse até eles.

Após o episódio combinaram que não contariam a ninguém, o medão que sentiram ao ouvirem o “rosnar da onça”.

Acreditem se quiserem.

(fato decorrido no rio Coxim em MS.)

Autor.

Dr. Osvaldo de Moraes Barros Neto, (Barba)

Por, Gilmar Antonio de Oliveira

Gilmar Antonio
Enviado por Gilmar Antonio em 26/12/2010
Código do texto: T2692033