Casamento Abençoado

As 06h02min estavam com a noiva no salão de beleza, sobre a promessa de muita surpresa e satisfação. Pode deixar comigo, disse a maquiadora, com sua equipe toda de prontidão, em seguida deixaram a daminha de honra para que também fosse arrumada. Mais uma vez a promessa de que ela ficaria linda, talvez elas não tenham muito trabalho para deixar essa daminha pronta é que ela já é linda por natureza.

O noivo já de prontidão, apresentando vestígio de nervosismo e expectativa, parecia marinheiro de primeira viagem e era, pois cerimônia de casamento na igreja seria realmente a primeira. A igreja Nossa Senhora Rainha do Mundo, situada no conjunto Médici II, muito bem arrumada com uma passarela de veludo e muitas flores que acompanhava em todo trajeto por onde passaria os noivos. Um coral de vozes idosas, cantando musicas religiosas, de bom gosto.

Mas sendo já casado e com a mesma mulher, diga se de passagem, firmaria pela segunda vez o seu sim sendo dessa vez na frente de um representante da igreja.

Um bom motivo para ficar tranqüilo. Que tranqüilo que nada, passava pela cabeça será que ela vem? Será que ela vai aceitar? Até a hora de a noiva aparecer passava muitos pensamentos e o nervosismo não parava.

O noivo com sua mãe de braços dado dava início a cerimônia com sua entrada solitária, mas muito bem acompanhado, ela muito arrumada com seu penteado impecável e seu vestido azul da cor do céu com detalhes de perolas preciosas e brilhantes, em fim lindo. O vestido e a dona.

Com todo atraso da noiva, mesmo com os avisos do padre Farias, que teria outro compromisso. Orientou o mesmo que se começasse no horário marcado. Até que a noiva apareceu, de longe parecia a Ana Paula Arosio, linda deslumbrante. Perguntei será que é Eugênia mesmo?

O sorriso estampava no semblante do noivo, era a sena mais linda que vira. O violino bem afinado e exaurindo uma melodia apaixonante ao mesmo tempo transmitia um ar de paz, combinada com a ornamentação da igreja era composta de rosas brancas com detalhe de verde suave.

Na igreja havia poucas pessoas, só os amigos mais íntimos e familiares. Tinha também aquelas pessoas que ajudava o padre no seu dia a dia, mas quem seriam aquelas pessoas? Tratava-se de velhos amigos de infância, segundas mães e segundos pais de consideração, todos da comunidade.

A noiva por sua vez adentrou na igreja com certo receio do noivo não ter gostado da ousadia, segundo ela de usar um chapéu e um véu que cobria seu rosto dando impressão de monarquia, espelhada nos tradicionais casamentos real.

Finalmente começava o cortejo, na frente vinha um casal de damas e seu companheiro, parecia ser eles quem casaria. Pela idade da daminha que era filha da noiva Luma e se casaria naquele dia com seu irmão mais novo, Matheus Eugênio, essa história se confirmou pela própria daminha logo após a cerimônia de casamento até mais três anos, tempo suficiente para sua maturidade aflorar.

Entrava em seguida a noiva, vinha com seu filho mais velho, Orlando Filho, já um homem feito, homem de muita responsabilidade e de muitos sonhos. Tinha o mesmo tamanho que a mãe, formava um belo casal, ele representando seu avô que por motivos de saúde não compareceria ao evento.

A emoção cobria a todos os presentes, entre eles o seu único representante da noiva seu irmão Rogério, pois os demais com todos os seus compromissos e marcado pela distância não poderão fazer presente.

Fizeram questão de que os padrinhos seria os mesmos do casamento no civil há vinte anos passados.

Confirmada as presenças dos dois padrinhos e das duas madrinhas ambos parentes do noivo. Seu irmão mais velho e sua cunhada e prima, Aloísio o Lula e Elizete a Zete. Prima por que Elizete é filha da junção de dois irmãos e duas irmãs, um sendo avô do noivo e os pais dela tios do noivo. Pessoas maravilhosas e de exemplo a serem seguidos. Casados os dois filhos provenientes da junção de dois irmãos e duas irmãs, num grau de parentesco muito próximo.

O outro dois padrinhos, uma prima maravilhosa e muito bonita de sorriso fácil e de olhos brilhantes verdes e seu esposo, de caráter consagrado e de bom coração. Casal de muita moral e grande valor. “Simone e Zeca”.

O padre um amigo de longas dada do tempo de colegial durante a cerimônia lembrava episódio e o fazia em publico.

Contou que quando ele tava entrando em sua casa o amigo dele colocava a perna pra ele cair e não entrar na casa de acolhimento e de estudos para sacerdote lembrou isso com toda alegria, pois dentro do seu coração via que aquele gesto seria apenas uma forma de protege o amigo que optara para futuro com os mandamentos de Deus. Mas sem entender o verdadeiro chamado de Deus. Durante a cerimônia o padre retira de suas vestes uma faixa sagrada e dar um verdadeiro nó apertado repetindo palavras de ordem que dizia estão amarrados e ninguém separa se não for à vontade de Deus.

Depois do sim e do meu também o véu foi retirado e o beijo selado com muito carinho amor e respeito.

A recepção estava pronta, em uma churrascaria simples onde foi servido um delicioso almoço. Feito todas horárias e fotografias de todos os lances deram continuidade na verdadeira festa, festa essa de começar e não ter hora pra acabar.

Só sendo uma benção de Deus no meio de muita alegria e descontrações visto que Rogério o cunhado do noivo e seu amigo gordinho e mano de consideração dos recém casados o Nando, fazia a maior resenha de uma fugidinha de sua namorada e futura esposa Fábricia.

Fábricia foi visitar uma amiga que morava na cidade e eram amigas de muitos anos e há muito tempo não se via.

Pediu dinheiro e a chave do carro, com todo jeito de quem manda é eu, motivo pelo qual a resenha não dava trégua em se tratando do presidente e representante dos jegumhem da cidade de Maceió.

Jegumhem posto, sociedade dos homens brutos e brabos e de gestos grosseiros com as esposas. Sendo ele o presidente conseqüentemente ela seria a primeira dama representante de Maceió, olha que ela não gostou muito da idéia não, mas também absorveu com toda alegria e descontração de brincadeira.

Como dizia que era um casamento abençoado e sendo assim por volta de 20h00minh, à esposa de um amigo meu o Lelo, passava mal. A festa para os noivos recém casados acabara ali, ninguém sabia ao certo do que se tratava, chegamos à decisão que levaria ela para o hospital, assim o fizemos. Depois de alguns exames ficamos sabendo que ela passaria por uma cirurgia de emergência, pois se tratava de uma gravidez tubária e naquele momento estava em risco sua própria vida, como disse foi um casamento abençoado. Achávamos sempre que se tratava de uns copos a mais de cerveja e que bom que foi naquele momento, pois se não o fosse como o esposo dela disse, ela sempre fica assim e um chá resolveria o problema.

Só que não foi bem assim. Dois dias depois teria alta hospitalar e regressaria a sua residência para a cura definitiva. Depois desse dia ela não bebeu mais procurou uma religião onde segue seus ensinamentos até os dias de hoje e o esposo também.

Aqui fica registrado o casamento de Orlando e Eugênia que aconteceu no dia 06 de março de 2003.

Escrito por Orlando no dia 01 de janeiro de 2011, depois de ter revisto em uma agenda e ter recordado cenas e histórias da época relacionada desse casamento.