Filosofia Canina!

A discussão estava quente no grupo de filosofia zizekiana quando o nerd Soslival atirou: Nenhum ser humano pode dizer qualquer coisa a respeito de qualquer cachorro no tocante a saber sobre como se dá o seu (do cachorro) pensamento. O incrível foi que ninguém ousou rir. Sintomático, pensei. Logo, logo, um amigo de Soslival comprou a briga em sua defesa. Não se espantem, ele tem um posição fechada sobre a questão do pensamento dos animais. Pedi ao Soslival que nos expusessem sua tese, que, afinal, dificilmente deixaria de ser polêmica, mas, um grupo de estudo de filosofia não pode se furtar ao debate das polêmicas. Soslival iniciou sua defesa rosnando, digo, um tanto raivoso, porque não desejava ter sido contrariado. Em sua latição, quer dizer, falação, ele tentou nos convencer que os animais possuem uma linguagem da qual não temos acesso, mas, que em nada atrapalharia os estudos da filosofia humana se aceitássemos a tese de que os cachorros pensam. Citou exemplos feitos com chimpanzés que adquiriram a capacidade de aprender algumas palavras, mas, não se sabe porque, ele não as conseguiam transmiti-las aos seus sucessores. Isso passaria como um detalhe a ser alcançado na evolução se alguns companheiros dos grupo não tivesse questionado a tese de Soslival, que já mostrava a ponta de uma presa no canto da boca um tanto molhada de baba. Que cão te mordeu Soslival para nos vir trazer uma latido, digo, palavra, tão estúpida!? Ninguém tem o direito de pronunciar nada a respeito daquilo que não se sabe. Sobre o que não se sabe deve-se rosnar, digo, calar! Completou Soslival, já em posição de quase ataque, com as duas patas sobre a carteira. Seus olhos estavam vermelhos e a respiração ofegante. Danou a falar com uma rapidez tão grande que ninguém mais pode compreender qualquer palavra emitida pela garganta de Soslival, e como ninguém lhe dava qualquer retorno compreensível, mas, apenas perplexidade, Soslival passou a latir. Teve que ser contido pelos seguranças da universidade e levado de carrocinha, digo, ambulância, para o canil. Digo hospital.