O SER HUMANO E SUAS VIGARICES.

Chagaspires.

Ontem, dia 11 de maio, mais ou menos às dezoito horas e vinte minutos, depois de haver deixado minha mulher na academia onde ela faz hidroginástica, estacionei meu carro na rua e me dirigi ao portão do edifício onde moro. Quando vou colocando a chave na fechadura do portão, fui abordado por um homem aparentando ter uns trinta e seis anos mais ou menos, montado em uma bicicleta, e que se dirigiu a mim contando a seguinte estória:

“Talvez o senhor não me conheça mais eu passo todos os dias por aqui entregando jornal. Acontece que minha filhinha de apenas oito anos se queimou com uma panela de comida quente que minha mulher estava preparando no fogão e está num hospital aqui perto.

O problema é que o hospital não tem uma pomada chamada Picrato de butezin que serve para queimadura, e me mandou comprar uma. Eu não tenho dinheiro e esta pomada custa R$ 27,00 (vinte e sete reais). Se o senhor me emprestar esse dinheiro, amanhã pela manhã eu falarei com meu distribuidor e ele me dará o dinheiro e virei imediatamente lhe pagar”.

Eu disse ao homem que não o conhecia, e que era difícil para mim acreditar nas pessoas hoje em dia, porque muitos inventavam estórias enganosas, mas mesmo assim iria ajudá-lo.

Tirei o dinheiro da carteira, por mais incrível que pareça, pois estava diante de um desconhecido, e emprestei ao sujeito que agradeceu e perguntou qual era o meu apartamento prometendo voltar logo pela manhã com o dinheiro.

Naquela ocasião meu coração bateu mais forte querendo me avisar que aquela pessoa seria mais um humano sem escrúpulos; mesmo assim resolvi dar um voto de confiança e ajudar uma inocente queimada, acreditando no episódio contado, só para provar que ele (meu coração) estava exagerando.

Puro engano meu. Chegou à noite do dia seguinte, e já são vinte e duas horas e o sujeito não apareceu. Meu crédito no ser humano mais uma vez se evaporou.

Eu havia feito uma caridade e estava disposto a perdoar a dívida se o tal homem viesse trazer o dinheiro.

Fiz o favor só para testar a honestidade do ser humano, porém constatei que havia caído no “conto do vigário”.

Esse vigário do conto não é um padre mais sim um vigarista, que vive de enganar a boa fé das pessoas que possuem a crença de que a humanidade ainda merece um voto de confiança.

Chagaspires
Enviado por Chagaspires em 12/05/2011
Reeditado em 05/08/2011
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