O Relógio

O dia estava lindo, o sol estava estourando mamonas, eram 11 horas da manhã do dia 12 de novembro, um dia após o aniversário de Toninho que nem havia dormido direito, estava até aquela hora da manhã sem dormir. Completara 11 anos e ganhara um lindo relógio da sua mãe, de presente. Havia passado a noite contemplando aquele belo relógio de pulseiras metálicas, com calendário e tudo, e além do mais...era até automático. Muito feliz e entusiasmado, ainda estava até àquela hora da manhã, quando alguns amigos seus amigos gritaram - Toninho, Toninho, vamos nadar no Rio do Peixe?

........

O Rio do Peixe é um belo rio que atravessa toda a cidade de Flórida Paulista/SP, a cidade natal de Toninho. Ele muito feliz novamente, agora pelo convite, pulou da cadeira e gritou - vamos sim!

A sua mãe próximo gritou para ele - vai nada! você precisa almoçar primeiro.

Toninho, após o almoço se encontrou com os amigos no portão, cada um estava com a sua bicicleta e desse jeito que eles iriam para o Rio do Peixe nadar. Já estavam todos saindo quando a mãe de Toninho gritou: Cuide de seu relógio, ele custou muito caro, viu? Quero você aqui até 6 horas da tarde. Tá bom mãe! gritou Toninho.

...........

O Rio do Peixe ficava distante 3 km do centro da cidade, de onde todos saíram. O local onde eles iam nadar era muito bonito, existia uma espécie de praia com areia fininha e branquinha, com muitas árvores uma próxima da outra.

Todos entraram para nadar nus.

Toninho lembrando dos conselhos de sua mãe, antes de entrar no rio para nadar, tirou o seu relógio e o pendurou no galho de uma pequena árvore perto do rio.

Não queria danificar o seu belo relógio de jeito nenhum. Depois, saiu correndo e deu um belo salto para dentro do rio. Todos pularam muito, gritaram muito, rolaram na areia. Quando estamos felizes não percebemos o tempo passar. O tempo passa rápido demais, e havia passado para todos muito rápido, já tinha começado a escurecer e o Gio Gritou: Vamos embora! já está escurecendo.

.........

Rapidamente, todos se trocaram, pegaram as suas bicicletas e se foram.

Chegando em sua casa, Toninho notou que havia esquecido o seu lindo relógio no galho daquela pequena árvore na beira do rio. Não acredito! disse ele desanimado.....

Voltar? estava muito tarde e o que adiantaria? Também poderia existir cobras e outros bichos peçonhentos.

Voltar amanhã? Tem sempre os trabalhadores rurais que passam lá naquela parte do rio e o encontrará antes dele. E minha mãe? disse ele muito preocupado....

Não demorou, a primeira coisa que a sua mãe notou foi à falta de seu relógio. Toninho explicou a ela o ocorrido. Sua mãe começou a desfilar o costumeiro sermão - Seu irresponsável! com certeza ela deve ter dito muito mais coisas para ele, mas naquele momento somente o seu corpo estava ali presente.

........

Seu espírito devido ao imenso medo havia fugido desesperado.

Tudo passa. O tempo passou.

Um mês depois do ocorrido, a família de Toninho se mudou da cidade.

Cinco anos se passaram, Toninho já mocinho retorna a cidade e foi rever os amigos de sempre.

Recordaram das bagunças deles, e houve novamente o convite - vamos nadar no Rio do Peixe?

Triste recordação teve o Toninho naquela hora. Com tanta vergonha que sentiu naquele dia fatídico, ele nem chegou a contar aos amigos o ocorrido.

Todos concordaram e rumaram ao Rio do Peixe novamente para nadar. No caminho Toninho contou aos amigos o ocorrido com ele da última vez que foram nadar naquele local do rio.Todos riram muito dele. Você é irresponsável Toninho, já ouvimos a sua mãe te dizer isso!

.........

Chegaram ao rio, no local onde haviam estado da última vez todos juntos. O local para Toninho estava muito transformado, as árvores cresceram, outras nasceram, enfim...estava tudo muito mais bonito. Ele tentou se lembrar da árvore onde havia pendurado o relógio. Se lembrou, é aquela ali?

está frondosa, havia crescido muito bonita..... pensou consigo mesmo.

Todos pularam no rio como antigamente faziam. Toninho de dentro do rio, olhando para a árvore, quando notou um certo brilho em um galho desta árvore, onde havia pendurado o relógio.

Curioso, ele saiu do rio, subiu na árvore. O galho era realmente o mesmo, pela sua forma que crescera de forma idêntica de quando menor. Chegando ao galho, ele o raspou onde estava aquele brilho. Era algo metálico. Ele desceu para pegar o seu canivete, novamente subiu e agora já de posse do canivete pôde raspar melhor.

...........

Era mesmo a pulseira de um relógio, raspou mais....

era o seu amado relógio que havia ganho de presente de sua mãe. Desmontou a pulseira, pegou o relógio nas mãos e o admirou. Desceu da árvore e os seus amigos já estavam lá embaixo dela curiosos. Ele mostrou a eles o seu relógio que um dia o havia esquecido na árvore.

Gio pegou o relógio de sua mão e gritou - Impossível! olhem! ele ainda está funcionando..... Conferiu as horas e ainda disse - está funcionando corretamente e pontualmente com o meu. Todos conferiram também com os seus relógios e de fato, o relógio estava perfeito e funcionando pontualmente.

Relógio muito bom o de Toninho. Depois de 5 anos pendurado no galho da árvore,continuava

bonito, perfeito, funcionando bem e incrivelmente pontual.

Explicação razoável: O relógio era automático, o galho da árvore balançou o tempo todo, mantendo

sempre o relógio funcionando....e PONTUALMENTE!

Dom Galaz
Enviado por Dom Galaz em 14/07/2011
Código do texto: T3095736
Classificação de conteúdo: seguro