A Sabedoria e o Instinto Materno

“... Percam-se os anéis, mas preservem-se os dedos...”

Houve o tempo em que os homens ao comentar uma cena de novela tinham de recorrer a um recurso esfarrapado e machista: “... ia passando pela sala e a empregada estava vendo...”. Eu já tenho outra postura. Comento a cena e depois entro com minha observação “... essa cena me faz lembrar um Causo...”. O Fato aconteceu na semana passada na novela das 9, de uma rede de televisão conhecida nossa.Foi durante “um barraco” feito por uma mãe, que, abandonada pelo marido, foi substituída por uma atriz de quinta categoria. O filho, embora estudante de medicina, não honrava o esforço materno ao ocupar uma profissão genuinamente masculina (machismo). Contratou uma atriz para o papel de mãe no intuito de impressionar a família da futura noiva. Na cena ela resolveu, literalmente, dar uma surra no filho na frente de todo mundo. Desesperado, ele gritava: “... tirem essa mulher daqui!!! Não conheço essa senhora!!! Deve ser uma louca!!!”. Um dos personagens presentes, com muita sabedoria, observou: “... essa senhora é a verdadeira mãe, pois a outra nada fez para impedir a agressão ao pretenso filho!!!”. Como disse, a cena me fez lembrar um “Causo”. É Bíblico. Estava o Rei Salomão, conhecido por todos nós como figura bíblica portadora de enorme sabedoria, despachando com seus ministros, quando os guardas entraram com duas mulheres e uma criança de aproximadamente 10 meses de idade. Colocaram-no a par da situação. As duas reinvidicavam a maternidade do pequeno. Depois de várias tentativas de um acordo, nada do proposto foi aceito. Fazendo a segurança das mulheres e do pequeno, estavam três guardas fortemente armados. Voltando-se para os guardas, dois seguravam a criança pelas mãos e outro de prontidão, o Rei deu o veredicto: “... Guardas! Diante da impossibilidade de uma melhor solução, partam a criança ao meio e entreguem uma metade a cada uma delas!!! O prontidão sacou a espada, e ao dar um passo à frente, foi interrompido por uma das mulheres: “... Pare!!!. Entreguem meu filho a ela!!! Prefiro vê-lo entregue a mãos indignas, a vê-lo morto!!! Silêncio absoluto no palácio. E novo veredicto do Rei: “... Entreguem a criança a esta mulher. Ela é a verdadeira mãe. Preferiu perder o filho para a outra, mas mantê-lo vivo...”. (oldack/11/09/011). Tel. 018 3362 1477. X