Peguei o telefone, mas não tive coragem de ligar. Agora, minha carruagem virou abóbora e me deixou na mão. Sabe o quanto gosto de nossas ‘conversas’, mas quebrei as regras e me envolvi no sentido de perder sono, tipo... ficar vendo lua crescer até virar lua cheia. Falamos de longe de coisas bonitas de tão iguais, irreais. E tantas coisas não ditas... Nestes últimos dias tenho conversado muito com o meu anjo e ele sempre reforça para que veio.  Como é difícil não poder seguir pelo caminho que me parece mais colorido. Por quê? Porque estou misturando muitas cores e o desenho está saindo das margens do papel... Preciso respirar fundo, acender o sinal amarelo e esperar o vermelho para que a cancela se feche e eu não corra o risco de ser atropelada. Se eu insistir em telefonar o que vai acontecer? Vou tatear sua voz, você a minha... e ficaremos tão mais próximos que vamos querer nos olhar nos olhos. Já vimos esse filme e não me sinto tão segura de mim assim. Aliás, o meu maior receio – é o de estarmos ‘desconsiderando’ os astros, dando abertura para a ocorrência de um  des+aster = desastre. Se um dia eu estiver livre por dentro e por fora e se os anjos disserem AMÉM, quem sabe? Nada é para sempre, um dia ouvi isso! Só a saudade, esse amor que fica e ninguém consegue tirar de mim! E pensar que tudo isso aconteceu há muitos e muitos anos!  No entanto, parece que foi ontem...




heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 01/12/2011
Reeditado em 01/12/2011
Código do texto: T3366836
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