Com lágrimas nos olhos, uma dor no coração, deixo esse sertão para trabalhar. Mamãezinha querida, desculpa sem despedida, não consigo mais chorar. Meu pai, meu senhorzinho, dono dos cabelos mais branquinho da cor do algodão, peço sua benção beijo sua mão, 
   É madrugada, pego minhas malas, o trem já vai partir. Deixo uma carta, desculpa a todos, não pude me despedir, com certeza mudaria de ideia se isso fizesse. Ah! Meu cerrado, meu agreste, nunca me esquecerei ainda serei esse cabra da peste, que ama esse sertão.
   Meu Curió, já entoa um canto com dó ao me ver partir, uma última olhada para trás, que sentimento voraz, não posso ficar. A cassinha onde cresci, o porquinho no quintal, as roupas balançando no varal, com o pé de caqui.
   Com um aperto no peito, levanto  a aba do chapéu, dou uma olhada para o céu, faço uma oração para meus pais e  meu irmãos, coragem para mim, saber enfrentar o que está por vim. Luiz Gonzaga, me acompanha nessa estrada, A Triste Partida, com sua voz bonita, deixo pra trás o sonho de uma vida.
Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 31/12/2011
Código do texto: T3414947
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