Coisas que o povo conta.

Mariana era uma garota que vivia no interior do estado da Amazônia com sua avó Dona Amélia. Moravam em uma aldeia de pescadores próximo ao rio amazonas.

Todas as noites, Mariana pedia a sua avó que lhe contasse uma lenda da Amazônia. Apesar de sua idade de 15 anos, ela adorava ouvir as histórias do povo. Uma noite em que a lua enchia o céu de forma brilhante, na varanda de sua casa, Dona Amélia, contou a sua neta a história de uma linda mulher que seduzia os pescadores e os navegadores do rio amazonas. Essa mulher se chamava Iara, e seu poder de sedução é forte sobre os homens. Possui um canto maravilhoso que juntamente com sua beleza, atraem os homens. Para os pescadores que viaja pelos rios amazonenses, a Iara pode ser um perigo, pois os encanta e puxa seus barcos para as pedras. Atônito, o pobre homem só se dá conta da tragédia quando é tarde demais para se desviar. Ao vê-la, os homens enlouquecem de desejo e são capazes de segui-la para onde for.

Há os que contam terem sido levados para as profundezas, nos braços da Iara. Vêm de lá descrevendo o reino das águas como sendo de infinita beleza e de riquezas intocadas de onde nada se pode trazer. Quem trazer algo de lembrança, é castigado com doença que só se cura com os trabalhos de alguma benzedeira poderosa das redondezas.

Mariana prestava atenção as palavras de sua avó, achava que a Iara, assim como os outras lendas eram apenas histórias da sabedoria popular para distrair as pessoas da realidade dura da vida. Sua avó, sempre lhe dizia, que aquelas histórias eram verídicas, e que ela mesma vivenciara uma.

Diziam que um rapaz desconhecido, de roupas brancas, sapatos brancos e um característico chapéu branco era o boto. Nas festas que sempre aconteciam, esse moço se fazia presente em busca de uma garota virgem para seduzir.

Sempre havia uma moça a se deixar seduzir pelo boto, e Dona Amélia fora uma. Logo depois que o boto conseguia o que queria, ele se joga no primeiro braço de rio ou igarapé que encontra.

Para Mariana, sua avó inventara aquela história. Ela sempre dizia a Dona Amélia, que no máximo acreditava que um homem poderia ter se apaixonada pela Iara e por isso tenha se tornado um boto, mais tudo não passava de mitos.

Logo após a longa conversa sua avó resolvera deitar-se. Mariana disse que daria uma volta, perto do rio.

A lua no céu estava alta e redonda como uma pérola acinzentada e brilhante, ela caminhava a passos lentos sentindo a brisa da noite tocando seus cabelos. Um barulho lhe chamou atenção vindo do rio, Mariana não acreditou no que estava vendo, um homem meio peixe a conversar com uma sereia pedindo que ela cantasse. Depois dessa noite, Mariana passou a acreditar ns histórias que sua avó contava, porém não revelou a ninguém o que tinha visto.

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 10/01/2007
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