PORTINARI, PAMPULHA E SÃO FRANCISCO

PORTINARI, PAMPULHA E SÃO FRANCISCO

Cândido Portinari, a convite de Oscar Niemeyer, em 1944 aceitou realizar seu trabalho artístico na Igreja de São francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte.

As curvas da igreja criadas por Oscar, por si sós já são o bastante para serem observadas por todos; mas a sua beleza não para por aí, não.

Aceitando ao convite do amigo, Portinari participou de reuniões sobre o projeto um ano antes de iniciarem as obras. E exigiu que os contatos fossem feitos entre eles e as negociações, também. Ele não quis se envolver com outros setores daqui de Belo Horizonte; ou seja, não queria intromissões de pessoas em seu projeto.

Orçamento aceito; início das obras.

No mural de São francisco e da Via Sacra, na Igreja da Pampulha, Cândido usou um azul-cobalto sobre tons em um fundo de cerâmicas brancas. Muitos peixes e pássaros estão pintados em homenagem à lagoa artificial criada pelo arquiteto, Oscar Niemeyer, e, também, por ser São Francisco de Assis protetor dos animais.

Como o Santo fez voto de pobreza e, sempre ao lado de mendigos os cachorros se achegam, Portinari, em vez de lobo, pintou cachorro.

Isso tornou-se um escândalo para as autoridades eclesiásticas belorizontinas da época. A igreja ficou pronta em 1946, mas só depois de catorze anos é que fora liberada para a visitação pública e à realização de missas.

Hoje é símbolo de Belo Horizonte e belo cartão postal.