***MESSI FRANÇOÁ***

Autor: José Gomes Paes

Em:10/04/2012

Ele chegou a Manaus vindo de muito longe, não se sabe de onde. Depois houve um comentário de que era francês. O gringo se vestia de forma extravagante, sandalhões, bermudões e camisas de mangas compridas, barbudo e vermelhão. Pelo jeito todos achavam que tinha muito dinheiro. Fixou residência aqui no Bairro de São Raimundo, depois começou a freqüentar os ensaios da Escola de Samba no Bairro de Aparecida, arrumou amizade com o Dedé, conhecido boa pinta do bairro, daí não faltava mulheres bonitas na sua mesa regada a cerveja, andava de Maverick um carrão da época.

A presença do gringo trouxe muitos disse me disse as pessoas pacatas do bairro, que procuravam descobrir como esse gringo boa praça veio parar no bairro. Com o passar do tempo ele comprou um Barco onde passou a morar, mandou reformar o barco todinho, organizou os livros que o acompanhavam, colocou armadores de redes, batizou o barco com o nome Curupira e passou a viajar por esse interiorzão amazônico.

Sempre atracava no porto do bairro de São Raimundo e muitos viam despachar pacotes nos correios e isso despertava muita curiosidade dos moradores.

Muitos diziam que se tratava um traficante perigoso, outros que era filho de um ricaço que estava no amazonas à procura de remédios para cura de câncer de seu pai, na verdade faziam muitas indagações evasivas a respeito do forasteiro.

Conheceu uma cabocla que passou a viajar com ele, moça simples que viera do interior para estudar em Manaus e continuava suas idas e vindas pelos rios da região.

Em uma dessas viagens no alto Rio Solimões conheceu um Índio de nome Antonio de origem Tikuna do qual se tornou amigo. Antonio lhe ensinou muita coisa sobre os índios, deixando o Francês fascinado. Passou a se dedicar sua vida em defesa dos índios, uma vivência que por momentos esquecera a vida lá fora.

Com a indenização recebida e suas economias percebeu que poderia viver por 2 anos sem trabalhar.

Vez por outra se lembrava de sua primeira mulher e lhe enviava enfeites indígenas

Esquecera que fora um funcionário de uma grande empresa multinacional.

Abandonou tudo para viver uma aventura na selva.

Comprou um barco que passou a ser sua moradia.

Não tinha nada que o prendesse ou compromisso a cumprir.

Estava livre, respirando o ar puro da natureza.

Agradecia a Antonio por tudo o que lhe havia ensinado.

Vivia feliz como nunca fora na vida.

E passou a ser conhecido como: “MESSI FRANÇOÁ”

FIM

José Gomes Paes
Enviado por José Gomes Paes em 10/04/2012
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