Marialva vai a feira
 
Geraldo trabalhava a noite e nunca faltava ao serviço. Sempre se despedia de Marialva, sua esposa, com um beijinho.
- Tchau paxão, até amanhã.
- Tchau amor, até amanhã, talvez não me encontre quando chegar, pois irei à feira comprar uns legumes e umas verduras para fazer um almoço bem gostoso pra gente.
E lá foi Geraldo pra labuta, trabalhar na fábrica até às seis horas da manhã. Mas aconteceu que lá pela meia noite ele começou a passar mal.
- Que foi Geraldo? – perguntaram seus colegas.
- Tô com um revertério pra lá de ruim, é uma dor nas entranhas que não passa.
Então o patrão liberou Geraldo que muito a contra gosto, já que era um funcionário exemplar, foi para casa.
Chegando em casa ele entrou bem devagar para não acordar Marialva.
“Tadinha, deve estar dormindo agora.”
Mas ao entrar no quarto ele encontra a cama toda arrumada e nem sinal de Marialva.
“Ué, cadê ela?”
- Marialva! – gritou Geraldo.
Ele rodou a casa toda e quando chegou a cozinha encontrou um bilhete na porta da geladeira:
“Querido, fui a feira, volto já.”
Geraldo sentiu a dor de barriga passar e uma coceira na cabeça começar.
“Deixa estar Marialva! Deixa estar que eu te pego.”
Geraldo saiu de casa e foi para um lugar aonde não ia desde os tempos de solteiro, essa noite ele iria tirar o atrasado.
Marialva chegou em casa as sete da manhã, teve o cuidado de passar na feira antes e comprar umas verduras para o marido não desconfiar.
“Ainda bem que cheguei cedo, assim aquele corno do Geraldo nem desconfia.”
Ela tirou os sapatos de salto alto e foi andando bem devagarinho até o quarto onde viu o vulto de Geraldo sob os lençóis.
“Marido chifrudo! Só presta para dormir mesmo!”
Ela foi se achegando e puxou os lençóis.
- Acorda meu amo... – mas ela levou um grande susto, agarrada com Geraldo debaixo das cobertas estava uma moça bem mais nova e mais bonita que ela.
- Geraldo! Seu cachorro sem vergonha! De onde é que você tirou essa galinha? – gritou ela.
Geraldo sem se incomodar muito olhou para ela e respondeu:
- Ô Marialva, não sabe não? Eu trouxe essa “galinha” lá da feira onde você foi de madrugada.

 
***

Gente, eu sempre ouvi essa história (ela é contada em todo lugar onde tem turno a noite pra assustar a peãozada, se aconteceu alguma vez eu não sei), como não sei como terminou eu resolvi quebrar o galho do Geraldo.
Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 10/05/2012
Reeditado em 10/05/2012
Código do texto: T3660269
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