Vingança.

A vingança nos segue todo dia, querendo nos enlouquecer,

Daqueles que nos fizeram mal, e nossa honra desfazer,

O sangue sobe a boca e os olhos chegam a estarrecer,

As palavras se tornam trovoadas, os rompantes tomam o falar,

Cala boca Severino! Ecoa o grito, aqui não é o seu lugar,

Você lembra quando menino, você veio a me afrontar,

Mas agora sou crescido, e rápido como um jaguar,

Prepara-se infeliz que hoje vou lhe acertar,

Mas Severino, não queria pelejar e com o valente foi falar,

Em uma das mãos a Winchester a brilhar,

O valente com o curtume numa mão recuava não tinha para onde andar,

Severino foi falando e todos em silêncio a observar,

Ela dizia: Escute meu amigo, do seu rosto estou a lembrar,

Realmente quando menino eu vim a lhe afrontar,

Você já era forte aquela época, e eu com um bodoque o mandei calar,

Mas agora adulto a historia se repete, e em vez do bodoque,

Minha companheira Winchester está sempre a me acompanhar,

Já calou muitos valentes, e muitos com ela sucumbiram a gritar,

Mas você meu amigo, eu vou amenizar, pegue suas coisas e vá embora,

Pois a vingança só leva a um lugar, a gente só tem certeza de ida,

Nunca ouvir ou vi alguém voltar, vai se embora meu amigo,

Viver em outro lugar, pois a vingança nos engana, e nos mata devagar,

Ouvindo isso, o valente foi embora, e começou a pensar:

A vingança não é justa, eu não quero mais a experimentar,

Pois um dia nós a caçamos e no outro dia ela vem nos caçar.