Estrada Real

Minas Gerais possui uma grande “vereda’ que passou a ser conhecida como, “Estrada Real”.

Percurso bucólico e cheio de misticismo, a Estrada Real guarda com carinho os causos daqueles homens que levavam o ouro para o porto em Parati, RJ, oriundo das terras de Minas.

Criada à base de “picadas”(aberturas de passagensfeitas à mão), a mando da “Coroa Portuguesa”, essa vereda ligava primeiramente, Villa Rica (Ouro Preto) ao porto de Parati, que durante o período colonial brasileiro (1530-1815) foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil. Esse trajeto ficou conhecido como “Caminho Velho”.

No século XVI, houve um desvio no trajeto que levava o ouro para outro porto na cidade do Rio de Janeiro, para melhor fiscalização da Coroa Portuguesa, evitando-se assim, o não-pagamento de impostos ou outros desvios. Esse percurso passou a ser chamado de “Caminho Novo”.

No “ Arraial do Tejuco” (Diamantina) grande quantidade de diamantes passou a ser descoberta. Em todos os córregos e riachos da região as pedras preciosas rolavam nas bateias dos homens exploradores. Uma extensão, por terra, de Ouro Preto até ali tornou-se necessária. Estava criada o trajeto “Caminho dos Diamantes”ou “Rota dos Diamantes”.

Muitas cidades foram surgindo ao redor desses caminhos que passaram a ter o nome de “Estrada Real”.

Ladeando a “Estrada Real”, só em Minas Gerais, 162 cidades surgiram. No Estado do Rio, 8; e, em São Paulo, 7 cidades.

No século XVIII houve um declíneo da exploração de pedras preciosas em nossas terras devido a escassez do produto.

Atualmente, a estrada perdeu seu caráter oficial, mas tornou-se um circuito cultural e histórico.

No “triângulo aurífero”, Sabará, Caeté e Raposos, contam que, os cavaleiros, para continuarem a sua cavalgada, deveriam pedir permissão ao dono de uma fazenda, pois essa vereda passava por suas terras. E certo dia, contrabandeadores, assaltaram o proprietário, matando-o e ao seu cavalo, que ficara com seu cincerro de prata a tocar no silêncio da noite.

Reza o causo que, quando alguém por ali passa, é comum ouvir o tilintar desse cincerro de prata. (Esse causo está publicado no livro “Contos, causos e cousas de Minas, autor Antônio Calazans, edição de 2011).

Tags

Vereda, Estrada Real, “picadas”, Parati, Villa Rica, Ouro Preto, Arraial do Tejuco, Diamantina, Coroa Portuguesa, Diamantes, livro “Contos, causos e cousas de Minas – edição de causos”.