Vejo o velho capinando.

Vou passando pela estrada, e o vento vai passando por mim,

E vejo beirando a cerca; um velho a “carpir”,

Capinando com sábia leveza,

Não deixa nas pedras bater o metal, não perde o corte da enxada,

E retira da terra já cansada, ervas daninha que nasceram ali,

Do seu lado um jovem afoito, bate com rudez quem lhe alimenta,

E não nota que nas pedras vai, cegando sua ferramenta,

As ervas ficam para trás, misturando-se com a plantação,

E o velho sabiamente lhe pede mansidão,

Retira de seu bolso gasto, um lima para amolar,

E vai conversando com o jovem, e suas palavras começam a o acalmar,

Depois estende seus braços sobre a imensidão do campo,

E o horizonte fica a contemplar,

Dá uma tapa no ombro do jovem, e retornam a pelejar,

Fui seguindo meu caminho, sozinho a relembrar,

E não saia da memória, aquela cena do velho a capinar,

Ele limpava o suor da testa, e suas rugas desenhavam um sorriso fraternal,

Demonstrando seu amor, por todo aquele ofício, o prazer de cuidar,

Retornando dias depois, eu passei por aqueles cantos,

Onde a terra bem cuidada, germinava encanto,

Demonstrando toda a beleza, do artista do campo.