AS AVENTURAS DE DONA ANTÔNIA NO SHOPPING

Dona Antônia alugou um carro para conhecer o novo shopping que abriu na capital e convidou sua comadre Francisca para ir com ela.

Francisca foi então pra casa da Antônia pra esperar o carro. Quando a coitada chegou, Antônia foi logo perguntando: cumadi Francisca, tu passou o pente nesse cabelo, Tá pareceno uma bucha? Oia , passa esse oió de argança pra mode fica mió.

Francisca fez logo o que Antônia falou pra ela não ficar com raiva e a coitada perder o passeio. Quando chegaram ao shopping as duas não se continham de felicidade.

- Que coisa bonita num é Francisca ?

– Se é cumadi, nunca vi coisa tão grande!

O motorista do carro disse: - vocês entram, eu espero aqui, na hora de ir embora eu aviso.

- Vote! Nois vai ficar sozinha aí dento, e se a gente se perdê? Disse, Francisca.

-Tem perigo não! É só não sair do shopping vocês estão seguras. Garantiu o dono do carro.

- Cumadi Francisca, tenha medo naum, eu seio andar nersse lugare. Disse Antônia, toda metida.

Quando entraram Francisca falou: - Antônha eu quero comprar umas roupa pror meus menino.

Aqui? Pelo tipo das loja é tudo caro, os nomes tudo francês. Veja aquela loja, tá inscrito no vrido, sale.

- Vote! Cumadi Antonha, aquilo não é franceis não, deve ser que a dona da loja se chama salete e só quis coloca, sale, entendeu?

- Será cumadi? Oia, aquela moça que tá lá dento da loja, num qué se parecê com a fia de seu joão, marido de tota? Disse Antônia.

- É mesmo cumadi! Respondeu Francisca, oia cumadi agora mim deu até fome , mode a gente ter saído as quatro hora da manhã, vamo comê?

- Vamo! Pra onde fica as lanchonete, vamo, perguntar aquela moça que tá limpano o chão!

- Moça, onde a gente pode fazer um lanche, tem lanchonete nesse lugar? Perguntaram.

- Sim, respondeu a mulher: Fica no piso de cima do shopping.

E por onde nois sobe? Perguntou Antônia.

- A mulher respondeu : - Pode ir pela escada rolante ou pelo elevador.

- Oia Cumadi Antonha tu vai sozinha, eu mesma nessa escada num subo, nesse tar de elevadô pió ainda, só de pensar eu já tou tonta, minha pressão já subiu.

- Cumadi, deixa de ser moli, vamo eu seguro na tua mão. Respondeu Antônia.

A moça da limpeza disse: - Eu vou lá pra cima, vamos de elevador, eu levo as senhoras.

Quando entraram no elevador, Francisca ficou agarrada com Antônia, com olho fechado, a coisa mais feia do mundo.

Quando desceram, Antônia olhou pra moça da limpeza e disse: - Obrigada minha fia, tome dei real pra mode tu tomar um refrigerante.

Não! A moça disse - Eu já vinha aqui pra cima mesmo, tchau!

Então elas foram procurar algo pra comprar para comer.

- Cumadi, uns bolinhos tão bonitim, vamo comprá!

- Vai lá Francisca, eu fico aqui sentada, tu pergunta os preço.

- Quanto é o bolinho? Perguntou Francisca.

A menina da lanchonete: - Respondeu o cup-cake é cinco Reais.

- Cumadi Antonha! Gritou Francisca, não é bolo não, é escrapis creisqui.

- Pois num quero naum, respondeu Antonia.

Francisca foi sentar junto de Antônia, quando sentou na cadeira, ela falou: - Oia, cumadi eu prifiria numa ora dessa tá lá na feira de nossa cidade, seu mané vendi os quejo de mantêga que é uma deliça, cum a fome que tou eu pedia logo uma taiada de quejo, maizim um copo de caldo de cana e ficava sastifeita. Nisso um homem se aproximou e perguntou: - Por favor a cadeira está ocupada? Quando Francisca virou e olhou para o homem, começou a gritar. Ai, Aiiiiiiiiiiiiiiiii! Caiu da cadeira e desmaiou.

Foi um corre-corre, vieram logo os seguranças tentando acordar a Francisca e nada dela voltar a si, fizeram de tudo pra ela retornar, depois de um tempo Francisca voltou.

- Cumadi pelo amor de Deus o que foi? Perguntou Antônia Tua pressão subiu fui?

Cadê, cadê ele? Perguntou: -Francisca.

- Ele quem mulé? Respondeu Antônia.

- O homi que perguntou pela cadera.

- Estou aqui senhora o que foi? Que me dizer alguma coisa? Disse o homem.

- Quero sim, oia eu sou sua fã de muito tempo, assisto toda novela que tu faz, eu quero um abraço, tu mim dá, que prazer tá perto do Tony Ramo. Disse Francisca toda emocionada.

- Desculpe-me senhora, disse um homem - Eu não sou o Tony Ramos, me dá licença e foi saindo rapidinho.

Francisca falou: - Tas veno cumadi, artista é assim mermo, quandi a gente reconhce, eles finge serem outra pessoa. Tambein depoi dessa quandi ele aparecer na televisão eu dirligo, quandi eu amarro a gata (ficar com muita raiva), naum perdou naum.

Antônia falou: Oia Francisca se eu subeci que tu ia fazer eu passa essa vergonha, confundi o homi com o Toni Ramo, eu naum tinha trazido tu, eu tinha chamado a fia de dona Fugença, pra vim mais eu.

- Eu acho ingraçado Antonha, disse Francisca - Pra mode bater nos outo eu sirvo, cage fui presa. Agora um passeio bacanagi desse, tu ia chamar os outo.

- Cumadi eu acho que teu má é fomi, disse Antônia – Oia! Comida regioná, essa dá pra gente, vamo inchê o buxu.

As duas comeram tanto que dava até medo. Foi quando chegou o homem do carro e disse: - Dona Antônia, está na hora, vamos embora! - Certo, disse Antonia: Vamo pagar a conta pra mode nois ir simbora. Depois que pagaram a conta, Francisca disse: - Oia cumadi antônha, agora eu pensei uma coisa, será que pelos grito que eu dei o Tony Ramo vai pensá que eu sou doida?

- Cumadi Francisca, aquele homi naum vai pensar que tu é doida, ele tem certeza ! E sabe que eu tô também discunfiano.

Antônia falou:- cumadi Francisca não olhi pra trás.

- O que foi cumadi Antônia? Eu tô ficando com medo!

Antônia falou: - Lá vem o Toni Ramo.

Francisca: - Ai, ai, ai! Foi caindo, caindo, puff desmaiou. Foi levada, para o carro nos braços do motorista. E Antônia foi no caminho tentando acordá-la. E voltaram pra sua cidadezinha do interior, e nunca mais quiseram visitar outro shopping.

Lucy Lopes
Enviado por Lucy Lopes em 03/05/2014
Código do texto: T4792760
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