TAIS QUAIS CROCODILIANOS

A diversidade de comportamentos que se podem observar durante o horário de almoço na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais - CAMG, é bastante considerável.

Uns gostam de “passear” pelo Centro de Convivência, como se estivessem em um shopping center convencional. Contemplam as vitrines, pesquisam preços, avaliam produtos, pagam suas contas na agência lotérica, resolvem questões no banco, compram remédios, adquirem assessórios para celulares, fazem lanches, tomam sorvete, comem guloseimas etc.

Outros ficam do lado de fora, ao sol ou à sombra, conforme melhor lhes convém, confabulando, trocando dedos de prosa, pondo a conversa em dia, ou aproveitando-se para tratar assuntos via celular.

Muitos, após a refeição, dirigem-se para o seu posto de trabalho para acessar a internet, para trocar mensagens instantâneas, para adiantar uma leitura, para jogar ou brincar com os aplicativos do celular, ou simplesmente ficam “pairando” por ali, ou dormitam preguiçosamente em suas cadeiras.

Como muitas vezes o tempo é curto há os que ficam, em grupos ou não, pelo saguão dos seus respectivos andares, aguardando o término do horário regulamentar destinado ao almoço.

Não é raro observar pessoas fazendo vigorosas caminhadas sob os pilotis dos prédios Minas, Gerais e Palácio Tiradentes ou circundando o complexo pelas vias externas.

Interessante é o contingente daqueles que preferem se acomodar às margens ou nas proximidades das lagoas, para tomar sol como os crocodilianos, para curtir a paisagem ou para se inteirar com os outros e com a diversidade biológica daquele prazeroso espaço.

Ali podem-se observar a vegetação, patos, quero-queros, cardumes de peixes, eventualmente um bando de pássaros migratórios chilreando alegremente de um lado para outro, em sucessivas e alvoroçadas idas e vindas, não se podendo esquecer das atrevidas formigas lava-pés, que, ao ferroar as pessoas, acabam pagando com a própria vida, por suas ousadias.

Os comportamentos das pessoas são os mais variados, desde os que promovem algazarras, passando pelos que dialogam civilizadamente, pelos contemplativos e pelos que tiram uma soneca por ali. Uns repousam assentados mesmo, enquanto outros, pela sua singularidade, merecem destaque. São aqueles que, munidos de caixas de papelão, sacos plásticos, esteiras, ou mesmo sem qualquer proteção, deitam-se indiferentes no gramado e ali desfrutam de um renovador e invejável repouso.

Com o avançar do tempo é chegado o momento do retorno ao trabalho e, preguiçosamente, cada qual segue, no seu tempo, o caminho de volta às atividades laborais.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 07/11/2014
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