FIOFÓ SAPECADO

A Copasa realizou, no centro da Cidade de Belo Horizonte – MG, uma exposição de vasos sanitários em comemoração ao “Dia Mundial do Banheiro”. A data de 19 de novembro foi institucionalizada pela Organização das Nações Unidas - ONU, por sugestão do governo de Singapura.

Essa exposição me chamou a atenção porque foram dispostos 60 (sessenta) vasos sanitários, em plena via pública, no quarteirão fechado da Rua dos Carijós, entre a Rua Espírito Santo e a Avenida Afonso Pena.

Sobre esse fato eu conversava com uma colega de trabalho, que achou inusitada a fixação de uma data específica para isso.

Num átimo saudosista a colega me perguntou: “Rafa, você se lembra do bidê?”. Respondi a ela que sim e que essa lembrança me reportava a um episódio doloroso, mas engraçado que acontecera comigo em meados da década de 80. Ocasião em que eu me encontrava em casa de conhecidos, na cidade mineira de Ouro Branco.

Assim como todas as cidades da redondeza, no inverno o frio em Ouro Branco é bastante intenso e água de torneiras em temperatura ambiente é inviável.

Após o jantar na própria casa dos anfitriões continuamos ao redor da mesa em agradável confabulação, quando me sobreveio necessidade premente de utilizar o banheiro. Pedi licença para me retirar momentaneamente e fui até a instalação.

Concluída a tarefa resolvi fazer uso do bidê. Posicionei-me anatomicamente e abri o registro até o final. Como resultado da minha ação saiu um jato fortíssimo de água fervendo, acertando em cheio o alvo. Soltei um grito oprimido de dor insuportável, ao mesmo tempo em que dei um pulo para frente.

Não suportando a dor fiquei dando pulinhos e abanando a região, até as coisas amenizarem. Resmungando baixinho fechei o registro.

Paredes, teto, espelhos, chão, tudo estava molhado.

Olhei em volta e só havia um rodo do lado de dentro do Box. Lancei mão dele e fui cuidadosamente puxando a água em direção ao ralo. Mas os espelhos, porta, o lado externo do Box, as louças, paredes e chão ainda tinham resquícios de água.

No que pude eu passei a toalha para amenizar e em outros lugares, utilizei papel higiênico.

Não tendo mais como amenizar a situação eu saí, torcendo para que ninguém quisesse utilizar o banheiro em seguida.

Retornei sem graça para a sala, porém as pessoas já se encontravam acomodadas nos sofás.

Bastante sem graça procurei uma forma de assentar-me de banda, para não aumentar ainda mais o sofrimento.

Até hoje eu não sei se as pessoas não perceberam ou fizeram de despercebidas, para não me deixarem sem graça.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 19/11/2014
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