SER PARTICIPATIVO E FAZER O POSSÍVEL, ISSO É O QUE CONTA

Talvez influenciada pelo fato de saber que sou adepto de esportes, aliado às lembranças de sua infância, quando nadávamos juntos em piscinas de clubes, a minha filha Mariana me convidou a participar de uma competição, denominada “Maratona de Natação”, a se realizar no parque aquático de sua escola.

Embora já houvesse aproximadamente 10 (dez) anos que não “entrava” em uma piscina, aceitei de pronto o convite.

A competição era voltada primordialmente para os alunos da escola, podendo dela participar também professores, colaboradores, pais e familiares.

No dia e horário marcados, as equipes receberam as últimas instruções e se posicionaram cada qual nas proximidades da sua raia.

Estrategicamente combinamos que cada participante, embora pudesse retornar quantas vezes fosse possível, faria apenas uma ida e vinda na piscina de cada vez, perfazendo uma distância de 50 metros, por investida.

Deu-se a largada e os primeiros competidores saltaram para as braçadas iniciais. Enquanto um integrante nadava, um novo competidor se posicionava sobre o trampolim e aguardava que o seu companheiro tocasse na borda, para poder se lançar.

Enfim chegou a minha vez e, sob os olhares curiosos do público presente, saltei do trampolim. Ao emergir, ingeri uma considerável quantidade de água, o que me fez perder o fôlego e ter dificuldades em coordenar braçadas e pernadas. Com a respiração bastante comprometida e com pouquíssimo fôlego, cheguei ao lado oposto da piscina. Aproveitei para respirar um pouco e logo voltei, objetivando alcançar a margem de origem.

A volta foi ainda mais penosa. Como consequência da dispersão de energia para conseguir respirar, mesmo que minimamente, meus braços e pernas se mostraram desajeitados e descoordenados. Eu não conseguia manter o alinhamento da raia, o que retardava ainda mais a minha chegada.

Movido pelos incentivos aflitos de todos e tomado de grande constrangimento, alcancei a margem de destino, liberando o próximo competidor da minha equipe para tentar recuperar parte do tempo perdido.

Julguei prudente ficar fora da competição por um tempo, tendo aproveitado para me servir das frutas generosamente dispostas sob uma tenda e tomar, voluntariamente, um pouco de água.

Uma vez recuperado física e psicologicamente do trauma inicial, atrevi-me a retomar a minha participação, voltando à piscina algumas vezes, sempre que percebia que a fila de competidores estava minguando.

A Mariana, por seu turno, fortemente engajada na competição, talvez tenha sido a que mais vezes entrou na piscina, dando singular contribuição para que lográssemos êxito. Mas, como nem todos se esforçaram como deveriam, ou, quem sabe, assim se deu comigo, por falta de condições físicas e técnicas adequadas, o resultado esperado não foi por nós alcançado.

Como se diz no linguajar jovem, “fiquei bolado” por ter frustrado as expectativas, minhas inclusive. Por outro lado, saí revigorado, pois entendo que é melhor errar sendo participativo, do que nem ao menos participar.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 22/09/2015
Reeditado em 22/09/2015
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